Um artigo publicado no periódico científico Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes (JAIDS) informou hoje sobre a descoberta de um novo tipo do vírus HIV, causador da AIDS. Desconhecido até então, o novo subtipo pode ajudar a planejar novas formas de tratamento para os portadores e previnir futuros surtos da doença.

O novo subtipo descoberto pertence ao grupo “M” do HIV, um dos quatro grupos nos quais se subdivide o vírus, e responsável pela maior parte dos casos de AIDS em todo o mundo, de acordo com dados da Revista Brasileira de Análises Clínicas. 

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Os especialistas que trabalham no caso afirmam que a primeira amostra do subtipo L foi coletada entre os anos de 1983 e 1990, época em que ainda não havia conhecimento o suficiente para fazer o sequenciamento de genomas. Na ocasião, dois indivíduos da República Democrática do Congo, na África, foram identificados como portadores desse tipo do vírus.

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“Identificar novos vírus como esse é como procurar uma agulha num palheiro. Ao avançar nossas técnicas e usar a nova geração de tecnologia de sequenciamento, puxamos essa agulha com um ímã”, declarou Mary Rodgers, uma das autoras do estudo, em comunicado oficial.

No Brasil, o vírus da imunodeficiência adquirida humana está presente em quase 870 mil pessoas. No mundo, esse número ultrapassa a casa dos 37 milhões de portadores. Com a identificação desse novo subtipo, os cientistas poderão acompanhar seu funcionamento dentro do organismo humano e, a partir disso, criar possíveis novos medicamentos e vacinas para o tratamento e erradicação do vírus.

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A descoberta surgiu a partir de um programa da área de saúde da Abbott, empresa americana, que já dura 25 anos e tem como objetivo monitorar os vírus do HIV e da hepatite. Desde o começo da empreitada, a empresa coletou mais de 78 mil amostras de vírus e identificou mais de cinco mil subtipos diferentes para chegar ao resultado publicado ontem.