Rádio Telescópios são uma das muitas ferramentas à disposição dos astrônomos para desvendar os mistérios do Universo. Ao contrário dos telescópios comuns, que captam luz, os rádio telescópios captam os sinais de rádio emitidos pelas estrelas.

E se pudéssemos ver estes sinais? Como seria? É o que mostra uma nova imagem divulgada pelo International Centre for Radio Astronomy Research (Centro Internacional de Pesquisas em Rádio Astronomia, ICRAR), na Austrália.

A “foto” foi feita pelo telescópio Murchison Widefield Array (MWA) e mostra o centro de nossa galáxia. As frequências de rádio mais baixas aparecem em vermelho, as médias em verde, as mais altas em azul. As áreas em dourado representam campos magnéticos, e as “bolhas” são supernovas. O buraco negro no centro de nossa galáxia, chamado Sagitário A, fica dentro da mancha branca no centro da imagem.

Reprodução

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Além de bela, a imagem também trouxe informações importantes, entre elas sinais de 27 supernovas, imensas explosões estelares, previamente desconhecidas. Segundo análise, uma delas ocorreu há 9 mil anos atrás, e teria sido visível da Terra. Com isso, ela pode ter sido registrada na tradição oral dos aborígenes, o povo nativo da Austrália.

Um especialista em astronomia cultural, o professor associado Duane Hamacher, da Universidade de Melbourne, disse que algumas tradições aborígines descrevem novas estrelas brilhantes aparecendo no céu, mas não conhecemos nenhuma tradição que definitivamente descreva esse evento em particular.

“No entanto, agora que sabemos quando e onde essa supernova apareceu no céu, podemos colaborar com os anciões indígenas para ver se alguma de suas tradições descreve esse evento cósmico. Se houver, seria extremamente emocionante ”, afirmou.

Fonte: ICRAR