A Netflix segue apostando fortemente na Índia, um dos maiores mercados de entretenimento do mundo, onde compete com mais de 30 rivais diretos, incluindo a Disney. Agora, a empresa vai gastar US$ 420,5 milhões na produção e licenciamento de conteúdo no país.

Reed Hastings, diretor executivo da Netflix, disse durante uma coletiva em Nova Delhi que a empresa está a caminho de gastar 30 bilhões de rúpias indianas neste ano e no próximo. A revelação tornou-se assunto na cidade rapidamente. Um executivo de um dos cinco principais concorrentes disse que “isso é significativamente maior do que o que investimos em conteúdo nos últimos anos”. Outra fonte do setor afirmou que nenhum serviço de streaming no país gasta algo próximo a isso apenas em conteúdo.

Embora não esteja claro quanto os outros serviços investem na área, um relatório recente estimou que o Hotstar estava gastando cerca de US$ 17 milhões na produção de conteúdo original, enquanto o Eros Now investiu cerca de US$ 50 milhões. A Netflix, que entrou na Índia como parte de sua expansão global, firmou parcerias com vários estúdios locais.

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Hastings afirmou que vários dos programas produzidos na Índia “viajaram o mundo”, sendo vistos por mais de 27 milhões de famílias fora do país. A Netflix, que deve investir US$ 15 bilhões em conteúdo globalmente no próximo ano, nunca compartilhou o número de assinantes que possui na Índia, mas as finanças da empresa no país melhoraram.

Cerca de metade da população de 1,3 bilhão da Índia está online, e o mercado de vídeos sob demanda do país deve crescer para US$ 5 bilhões nos próximos quatro anos. Contudo, a propensão (ou capacidade) da maioria desses internautas de pagar por um serviço de assinatura continua baixa. Hoje, a maioria dos serviços no país geram suas receitas com anúncios.

Para ampliar seu alcance no país, a Netflix introduziu no início deste ano um nível de preço mensal (US$ 2,8), que permite aos usuários assistirem ao serviço de streaming com qualidade padrão em um dispositivo móvel. A companhia expandiu essa oferta também para a Malásia.

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O principal de seus concorrentes na Índia é o Hotstar, da Disney. Seu conteúdo inclui canais de TV ao vivo, transmissão de eventos esportivos e milhares de filmes e séries, muito distribuídos em redes e estúdios globais, como HBO e Showtime. Suportado por anúncios, o serviço oferece 80% de seu catálogo gratuitamente aos usuários, e cobra 999 rúpias indianas (US$ 14) por ano pelo pacote premium.

Em maio deste ano, a Hotstar informou que mais de 25 milhões de pessoas assistiram simultaneamente a uma partida de críquete na plataforma – um recorde global. Na época, o serviço tinha mais de 300 milhões de usuários ativos mensais.

O Disney+, serviço de streaming recém-lançado pela empresa, deve estar disponível no mercado indiano e do sudeste asiático no próximo ano, através da Hotstar.

Via: TechCrunch