A velocidade da luz é a maior que se pode atingir. Essa é uma das peculiaridades fundamentais do universo fazendo com que nada possa ser “superluminal”, ou seja, mais rápido que a velocidade da luz. Porém, um buraco negro supermassivo de uma galáxia distante parece estar produzindo um jato de energia capaz de viajar até 20 vezes mais rápido que a luz, o que chamou a atenção dos pesquisadores.

Um estudo publicado na última terça-feira (7) na Astronomy & Astrophysics mostra as imagens “mais nítidas de todos os tempos” de um feixe originado em um buraco negro. Os autores da pesquisa afirmam que entender como esses jatos são formados é “uma das principais missões da astrofísica moderna”.

Método de estudo

Os jatos de energia estão se originando na galáxia 3C 279, a cinco bilhões de anos-luz da Terra. Em seu centro há um buraco negro supermassivo com cerca de um bilhão de vezes a massa do Sol. Os pesquisadores observaram a 3C 279 a uma resolução de 20 microssegundos, o equivalente a detectar uma laranja na superfície da Lua. Foi dessa forma que encontraram um jato de energia que parecia, por todas as indicações, estar viajando mais rápido que a velocidade da luz.

“Essa extraordinária ilusão de óptica surge porque o material está correndo em nossa direção, perseguindo a própria luz que está emitindo e fazendo com que pareça estar se movendo mais rápido do que está”, explicou o coautor da pesquisa Dom Pesce, pós-doutorando no Centro de Astrofísica de Harvard. Em outras palavras, o jato não está realmente desafiando as leis da física, como aparenta. Ele se move a uma taxa de 99,5% da velocidade da luz, mas como vem em direção à Terra, parece mais rápido.

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As observações também sugerem que o jato pode estar sendo torcido no ponto em que emerge do centro galáctico. Essa peculiaridade permite o primeiro olhar claro da base de um jato blazar.

Por décadas, os cientistas se entusiasmaram com o centro ultra luminoso da galáxia 3C 279. Com as observações do EHT, eles finalmente conseguiram encontrar uma resposta para o fenômeno.

Via: Vice