A desenvolvedora Obsidian Entertainment é bastante reconhecida por alguns RPGs clássicos como o Pillars of Eternity ou o The Outer Worlds, que é um pouco mais recente. Por sua vez, a empresa surpreendeu muita gente com a apresentação de seu título “Grounded”, que é do gênero survival , mas conta com uma temática mais divertida e descompromissada.

Esse título, apesar de ainda não estar completo, já foi liberado no formato de “early access”, ou seja, ele já pode ser jogado, mas ainda está em desenvolvimento e muitos aspectos dele podem mudar até que o título seja finalizado. O Olhar Digital teve a oportunidade de testar o Grounded já nesta fase e conta quais são as nossas primeiras impressões dele. Confira!

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História e missões

Diferente de alguns jogos do gênero survival e sandbox, o Grounded traz uma história para que você possa curtir um pouco mais de seu enredo. Logo ao iniciar um modo de jogo, você deverá escolher um de quatro personagens disponíveis, que acabam não mudando a história ou sequer oferecem habilidades diferentes. Assim, você só escolhe aquele que te agradou mais sem se preocupar com classe, atributos ou algo do tipo.

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Após ter feito a seleção do personagem, o jogo explicará que um experimento acabou sendo mal sucedido e, assim, as crianças acabaram sendo escolhidas. Nesta primeira versão do jogo, que ainda está em early access, infelizmente, nós não temos muito acesso a mais detalhes da história do que isto sem entrar em spoilers, mas a sua premissa lembra bastante, é claro, o clássico filme “Querida, Encolhi a Gente!”.

Assim, ainda pelo mesmo detalhe mencionado acima de estar em acesso antecipado, o Grounded tem pouquíssimas missões como você pode ver na imagem abaixo e os seus objetivos, apesar de serem interessantes, neste momento, são um tanto repetitivos. Por exemplo, você encontra uma máquina misteriosa no jardim da casa e precisa investigar o que ela faz ou por que ela não quer funcionar ao explorar um local ou precisa saber que o causou uma explosão, também explorando um local e enfrentando inimigos.

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Além das missões da história, no decorrer do jogo, você também encontra um personagem que pedirá por itens específicos, mas que são bem difíceis de serem obtidos pois requerem que certos tipos de inimigos mais fortes sejam mortos. Esta acaba sendo uma forma do Grounded forçar você a fazer o craft de novas armas e equipamentos no jogo para ficar mais forte nele.

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Já algo que pode não agradar a todo mundo na hora de realizar uma missão, é que o jogo não acaba mostrando para qual ponto você deve ir. Outro detalhe a ser notado, é que o Grounded também não traz nenhuma bússola, mas tem um mapa, que acaba pelo menos marcando os principais locais que você encontra nele. Pessoalmente, eu considero isso algo bastante positivo, pois dessa forma, o Grounded instiga você a andar pelo mapa e descobrir os seus segredos ao invés de deixar você seguindo uma linha reta.

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Ainda é muito cedo para avaliar a parte da história do Grounded e suas missões, que neste momento, são bem escassas, simples e repetitivas. Entretanto, como estamos falando de um jogo do gênero survival, é natural que o foco do jogo realmente fique mais na parte dos aspectos de sobrevivência dele e de seu modo sandbox, que abordaremos mais adiante neste texto.

Gráficos e som

Na questão gráfica, o Grounded adota um gráfico bem cartunesco, mas que ainda retrata bem todos os elementos para que você saiba o que é cada objeto. As plantas que você vê realmente são bem trabalhadas e diferentes umas das outras, assim como os insetos, que mesmo de longe, são fáceis de serem identificados, algo crucial para um jogo survival.

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As texturas do jogo, por sua vez, são bem bonitas apesar de não oferecerem um nível de detalhes tão alto quanto outros jogos desta geração. Aqui, vale notar, a versão testada pelo Olhar Digital foi a de computador com os gráficos configurados para o nível máximo. Ainda no quesito gráfico, a única coisa que me incomodou foi um “blur” exagerado em certas áreas, que chega até mesmo a irritar um pouco os olhos.

Nós até entendemos que isso pode soar como um aviso de perigo ou que a área em questão não está pronta para ser explorada sem algum item ou algo do tipo. Ainda assim, o jogo poderia encontrar outras formas de te repreender ou de te dar um aviso.

Já a trilha sonora do jogo fica mesmo por conta do som de um jardim, ou seja, você escutará apenas o barulho de água e da própria natureza. Apenas ao estar em uma situação de perigo por estar sendo atacado, aí sim você escutará uma música que pode te deixar um pouco tenso, mas que deixa tudo com um ritmo bem legal.

Jogabilidade

Em Grounded, antes de entrar na questão da jogabilidade, é preciso ressaltar que ele pode ser jogado na primeira ou terceira pessoa. Pessoalmente, por se tratar de um survival e preferir uma imersão maior, eu joguei ele durante a maior parte do tempo em primeira pessoa. A movimentação em terceira pessoa não chega a ser ruim, mas alguns movimentos do personagem parecem um tanto forçados.

Os controles de Grounded acabam sendo bem precisos para que você consiga se movimentar rapidamente pelo mapa mesmo tendo que pular para acessar certas áreas.Já em combate, o jogo não oferece muito segredo ou diferença em comparação a outros FPS e a sua movimentação é um pouco lenta, mas bem precisa.

Felizmente, ainda em relação ao combate, essa parte do jogo acaba sendo bem divertida, já que ao entrar em uma briga com um inimigo, você é bastante punido caso fique batendo parado pois eles possuem um padrão de movimento e seus ataques são bem poderosos. Assim, você precisará saber quando será atacado para poder desviar ou se defender de ataques no momento certo.

Apesar de muitos insetos poderem ser aniquilados facilmente, o mesmo não se aplica para as aranhas do jogo, que nesta primeira versão, são bem difíceis de serem derrotadas. Honestamente, mesmo conseguindo as melhores armas do jogo, eu ainda senti bastante dificuldade em derrotá-las, já que eu não tinha um espaço de tempo ou outra forma de contra-atacar eficientemente.

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Por outro lado, a maioria dos insetos que você acaba encontrando em Grounded são amigáveis, ao menos no nível de dificuldade média, mas qualquer ataque seu, é claro, acaba irritando-os. Já o seu grande cuidado deve ser para não atacar um inseto que esteja andando com seu grupo ou colônia, uma vez que todo mundo se voltará contra você.

Em relação as armas, a variedade delas ainda acaba sendo um pouco limitada, mesmo você tendo armas corpo a corpo ou para atacar a distância. Em compensação, ao menos no começo do jogo, você pode usar até mesmo o seu “machado” usado para cortar gramas como uma arma, que é claro, não dará muito dano.

Já ao sair andando pelo mapa do Grounded, você também sempre deve estar atento nos seus indicadores de sede e fome. Apesar de você não ser muito punido por conta deles, o seu personagem reclamará constantemente caso eles estejam com níveis críticos e também ficará mais vulnerável. Para a sede, é claro, você deverá procurar por gotas d’água ou até mesmo por refrigerante, que é são itens bem escassos no mapa.

Você pode, se preferir, até mesmo tomar a água encontrada em poças ou lagos, mas essas “águas” são poluídas. Assim, ao tomá-las, existe uma grande chance de você perder um pouco da vida, o que pode ser um preço justo dependendo de sua situação.

Todos esses pontos da dificuldade de sobreviver em Grounded, vale lembrar, podem mudar de acordo com o nível de dificuldade escolhido no jogo, que traz opções desde para quem quer relaxar tanto para quem procura desafios maiores.

O craft de Grounded

Um dos pontos cruciais para praticamente qualquer jogo do gênero survival fazer sucesso fica para o craft dos itens e, nisso, o Grounded não foge à regra. Desde o começo do jogo, você já é um pouco “forçado” a obter materiais, que podem ser analisados em um computador para poderem ser transformados em armas ou outros objetos.

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Praticamente, você pode interagir com qualquer elemento que é visto no cenário do Grounded, sendo esse um de seus grandes trunfos para ser tão divertido. Assim, no jogo, dificilmente você verá uma planta que será inútil na hora de criar um item.

Apesar do sistema de craft ser bem divertido, o Grounded ainda acaba devendo um pouco quando o assunto é a variedade de itens que podem ser criados. Por exemplo, neste primeiro momento, a parte de itens equipáveis só traz praticamente objetos com três tipos de materiais diferentes, que você consegue obter com poucas horas de jogo.

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Assim como é padrão de outros jogos do gênero, é claro, alguns itens a serem craftados requerem uma “mesa de trabalho”, que demora um pouco para ser obtida, ou da evolução de outros itens. Felizmente, também vale notar, você pode craftar itens em qualquer parte do mapa, o que te deixa criar uma base praticamente em qualquer local.

O sistema de criação da base, inclusive, acaba sendo bem simples e não traz tantas estruturas para serem construídas neste primeiro momento.

Conclusão

O Grounded é um jogo que está sendo desenvolvido por um grande estúdio e, apesar de estar em early acess, ao menos, não oferece bugs que sejam críticos. A sua experiência de forma geral é bem divertida, principalmente para quem deseja jogar algo online com os amigos, que acaba sendo relaxante.

Apesar de ainda estar em fase inicial, o mundo de Grounded ainda parece um tanto vazio, já que ele possui poucos locais para serem explorados, que realmente te prendam por mais do que cinco minutos. Já as suas missões também são bem simples e, ao menos no começo, não parecem oferecer uma grande variedade de objetivos para serem alcançados.

Assim, talvez a melhor definição a ser dada para o Grounded é que ele acaba sendo um título do gênero survival acessível, que não deve afugentar jogadores de primeira viajem. E, apesar de ter muitas qualidades, o jogo ainda precisa de muito conteúdo extra tanto em missões quanto em craft para realmente fazer sucesso por um bom tempo.