Numa das últimas cenas de “O Império Contra-Ataca“, Luke Skywalker está na enfermaria de uma nave-hospital EF76 Nebulon-B enquanto o androide cirúrgico 2-1B realiza o implante de uma mão robótica no lugar da mão que o herói perdeu no duelo contra Darth Vader. Com a prótese no lugar, 2-1B testa a sensibilidade da pele artificial com pequenas agulhadas nas pontas dos dedos, que Luke responde imediatamente – enquanto podemos ver alguns dos mecanismos internos do pulso funcionando.

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Esta foi a cena que inspirou pesquisadores da Universidade Nacional de Singapura a desenvolver uma “pele eletrônica” capaz de recriar a sensação do tato. A ACES (Asynchronous Coded Electronic Skin) tem cerca de um centímetro quadrado de tamanho e é composta por cem pequenos sensores que lhe permitem detectar, pelo toque, texturas, temperatura e até mesmo a dor.

A pele eletrônica ACES foi apresentada inicialmente há um pouco mais de um ano, e neste tempo evoluiu de maneira que já consegue processar informações de 20 a 30 texturas diferentes mais rápido do que o sistema nervoso humano é capaz de reconhecer, e pode ler letras em braile com mais de 90% de precisão.

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“Humanos precisam deslizar para sentir a textura, mas, neste caso, a pele, com apenas um toque, é capaz de detectar texturas de diferentes rugosidades”, explica Benjamin Tee, chefe da equipe de pesquisadores. Em testes com a ACES, os cientistas conseguiram identificar precisamente forma, textura e dureza dos objetos em 10 milissegundos — 10 vezes mais rápido do que o piscar de um olho.

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O novo sistema também pode operar conjuntamente com qualquer tipo de camada de sensores — funcionando efetivamente como uma pele eletrônica. “Os humanos usam o senso de toque para realizar quase todas as tarefas diárias. Sem ele, nós perdemos até nosso senso de equilíbrio ao caminhar. Da mesma forma, os robôs precisam ter um senso de toque para interagir melhor com os humanos, mas os robôs hoje ainda não conseguem sentir os objetos muito bem”, afirma Tee.

O ACES é composto por uma rede de sensores conectados por apenas um condutor elétrico. Ele diferencia-se das peles eletrônicas existentes, que possuem sistemas de fiação interligada — o que aumenta as chances de danos mecânicos. A alta sensibilidade melhora a capacidade de robôs para realizar atividades, como pegar e entregar uma xícara de café sem deixá-la escorregar — já que ele se torna capaz de “sentir” quando segura ou não o objeto.

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A tecnologia ainda está em fase experimental, mas de acordo com Tee já houve “um grande interesse”, principalmente da comunidade médica. Patentes semelhantes desenvolvidas por sua equipe incluem uma pele transparente que pode se reparar quando rasgada e um material emissor de luz para dispositivos eletrônicos vestíveis.

Via: Reuters