De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), o Brasil registrou aumento expressivo no uso de internet durante a pandemia de Covid-19, especialmente entre as camadas mais pobres da população.

Como era de se esperar, o crescimento foi puxado principalmente pela adesão às ferramentas de compras online, seguido pelos serviços de streaming de vídeo e áudio.

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O levantamento considerou os hábitos online de 100 milhões de usuários maiores de 16 anos entre junho e julho de 2020. O acesso aos serviços virtuais foi avaliado com base em recortes de gênero, região e renda, esta última dividida em cinco categorias:

  • A: parcela mais rica da população
  • B: classe média-alta
  • C: classe média-baixa
  • D: trabalhadores de baixa renda
  • E: desempregados e pessoas em situação de extrema pobreza

Compras online

Considerado fundamental durante o período de distanciamento, o comércio eletrônico registrou maior crescimento entre as mulheres, que passaram de 39% em 2018 para 70% em 2020. Logo em seguida vem a classe C, que foi de 37% a 64% no mesmo período. Entre as classes A e B, o porcentual subiu apenas 20 pontos (63% a 83%). 

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Compras pela internet registraram aumento entre todos os marcadores sociais considerados. Imagem: Cetic

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De modo geral, o que mais se comprou pela internet durante a pandemia foi comida. A porcentagem de brasileiros que pediu delivery em 2020 foi de 44%, contra 15% em 2018. 

Roupas, calçados e equipamentos esportivos se mantiveram no mesmo patamar: 50%. Naturalmente, a maior queda foi registrada na compra de ingressos para shows e eventos, que passou de 27% para 5%. Passagens aéreas caíram de 17% para 6%.

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Outro aspecto observado foi o aumento da comunicação direta entre empresas e consumidores. O uso de aplicativos de mensagens instantâneas para mediar a compra de produtos e serviços cresceu de 26% para 46% durante o distanciamento social. 

Entretenimento

O consumo de músicas e vídeos online registrou aumento em todos os marcadores sociais considerados, mas principalmente nas classes mais altas, entre mulheres e pessoas com 35 a 59 anos.

Já a porcentagem de brasileiros que decidiram começar a pagar por serviços de streaming cresceu principalmente nas classes D e E: de 11% para 32%. Entre os membros da classe C, a porcentagem foi de 29% para 41%.

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Serviço mais utilizado durante pandemia foi delivery de alimentos. Imagem: Cetic

Considerando apenas os serviços de música, o crescimento geral foi de 10% para 16%. Entre as classes D e E, foi bem menor: 4% a 8%. 

O fenômeno das lives não foi deixado de fora. De modo geral, as transmissões online em tempo real foram acompanhadas por 64% dos usuários de internet brasileiros durante a pandemia. As classes A e B representam a maior parcela de espectadores (76%), em comparação com 47% nas classes D e E.

Via: Cetic