Esta segunda-feira (24) marca o 14º aniversário do rebaixamento de Plutão. Em 2006, após anos de discussões da comunidade científica, a União Astronômica Internacional (IAU) decidiu que o objeto espacial correspondia a um planeta-anão e não deveria ser mais classificado como o nono planeta do nosso Sistema Solar.

A decisão foi baseada em uma revisão da IAU acerca dos critérios que caracterizam planetas.

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  • O objeto precisa orbitar o Sol;
  • Ele deve alcançar o equilíbrio hidrostático (ele precisa ser esférico pela sua própria gravidade)
  • Precisa “limpar sua vizinhança” (ter gravidade forte o bastante para não compartilhar sua órbita com outros objetos, que seriam atraídos para si)

Para astrônomos, no entanto, Plutão não atende o terceiro parâmetros, porque não exerce um papel dominante diante de outros corpos espaciais que ocupam o cinturão de Kuiper. A IAU então classificou o objeto como um planeta-anão.

Apesar do nome, a categoria refere-se a asteroides que orbitam o Sol, possuem gravidade suficiente para garantir formas quase esféricas, têm suas vizinhanças ocupadas por outros corpos espaciais e não correspondem a satélites.

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A revisão do status de Plutão seguiu uma série de descobertas de outros objetos espaciais próximos. Entre eles o planeta-anão Éris, que possui quase o mesmo tamanho de Plutão. A identificação do astro em 2005 foi um dos principais eventos astronômicos que contribuíram para o rebaixamento de Plutão.

Ainda assim o entendimento da IAU provocou polêmicas na comunidade científica. Na época, o integrante da Nasa e líder da missão New Horizon, Alan Stern, ressaltou que “menos de 5% dos astrônomos” tiveram a oportunidade de votar pela reclassificação de Plutão.

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Foto da superfície de Plutão captada pela sonda New Horizon da Nasa. Imagem: Reprodução

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Ele argumentou ainda que os parâmetros definidos pela entidade eram ambíguos, ao passo que a Terra e outros vários planetas também compartilham sua vizinhança com asteroides. “Júpiter tem aos menos 50.000 asteróides intrusos”, afirmou Stern.

Por outro lado, Mike Brown, pesquisador da Caltech e responsável pela descoberta de Éris, defendeu na época que a revisão representava o mecanismo de autocorreção da ciência.

Características

Plutão foi descoberto, em 1930, pelo astrônomo Clyde Tombaugh, integrante do Observatório Lowell, nos Estados Unidos. O nome do planeta-anão foi proposto por uma estudante de apenas onze anos, de Oxford, na Inglaterra.

A órbita do asteroide não é totalmente circular. Isso implica que a distância entre Plutão e o Sol muda com o tempo e o objeto espacial leva cerca de 250 anos terrestres para completar uma única volta em torno da estrela.

Em relação à Terra, Plutão encontra-se a aproximadamente 6 bilhões de quilômetros de distância. O planeta anão apresenta diâmetro de cerca de 2.250 quilômetros, ou quase dois terços do tamanho da Lua. Plutão conta com cinco satélites naturais: Caronte, Estige, Nix, Kerberos e Hidra.

Via: Time Bulletin/Space