Cada vez que uma nova geração é anunciada, há incertezas em relação às mudanças oferecidas. Com os novos Xbox isso não foi diferente. No entanto, desta vez, a Microsoft decidiu ir por um caminho curioso: lançar dois consoles com propostas diferentes.

Enquanto o Series S é considerado uma experiência de entrada para a nova geração, o Series X promete oferecer o que os novos videogames têm de melhor. Para confirmar isso, o Olhar Digital recebeu os novos Xbox para teste e conta em detalhes a experiência com ambos.

Design e acabamento

O Xbox Series X não é um videogame pequeno, se comparado com os consoles da geração anterior – isso porque ele pesa quase 4,5 Kg. Disponível apenas na cor preta, apesar de não adotar o estilo “black piano”, o console pega marcas de dedo com certa facilidade, mas em compensação não deixa que o pó adquirido fique muito em evidência.

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Na sua parte frontal, você encontra apenas uma porta USB, a entrada para mídia física e o botão power, que não é capacitivo, ou seja, ele dá aquele “clique” ao ser acionado. Já na parte de trás do console, estão duas portas USB, uma porta para expansão de armazenamento, entrada para cabo de força e a saída HDMI. Algo positivo a ser ressaltado, inclusive, é que independentemente de usar o console na horizontal ou vertical, você quase não vê os cabos que estão conectados nele.

Outro detalhe também positivo a ser comentado no Series X é que a sua base, apesar de não ser removível, é bem discreta e deixa o console bem firme na superfície ao ser usado na vertical. Já quem for usá-lo na horizontal, terá apoios que também não deixam o console se mover facilmente.

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Ainda falando de seu corpo, o que chama bastante a atenção é a sua saída de ar, que é um pouco grande e ocupa praticamente todo o espaço de uma de suas laterais. Inclusive, ao entrarmos em um detalhe mais técnico, nos testes realizados pelo Olhar Digital o console esquentou mais ao ser utilizado na horizontal, mas nada que fosse exagerado ou que fugisse dos padrões de qualquer outro eletrônico.

No caso do Series S, a Microsoft decidiu adotar a cor branca, seguindo os mesmos padrões de acabamento fosco vistos no Series X. Em relação ao seu tamanho, o videogame é um dos menores consoles já lançados pela marca. Esse é um ponto positivo se considerarmos sua proposta.

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A parte da frente é bastante minimalista, pois conta apenas com o botão de power e de sincronização do controle – além de uma porta USB. Já que o videogame não conta com um drive de disco, essas adições serviram para deixá-lo bem mais elegante.

A saída de ar implementada no modelo também chama bastante a atenção. Isso porque ela pode ser vista na lateral do dispositivo – isso se ele estiver na vertical -, e se diferencia por ser na cor preta – contrastando com o branco do videogame.

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É importante lembrar que, assim como o Series X, o console também pode ser usado tanto na vertical quanto na horizontal. Para isso, ele conta com pequenos apoios em duas partes específicas, tudo para impedir que o console saia do lugar por qualquer movimento ocorrido na superfície em que se encontra.

Controle

Os joysticks presentes nos dois consoles são iguais, apenas com a diferença de cor, que acompanha a variante do console. Ambos apresentam melhorias significativas em relação aos vistos nos lançamentos anteriores. Talvez a maior delas seja a adição de uma textura na parte traseira do controle. Isso faz com que ele fique mais firme na mão do jogador e dificilmente escorregue – esse era um problema enfrentado constantemente quando o controle do Xbox One era utilizado.

Os botões do ombro (RB, LB, RT, LT) também ganharam texturas que melhoram seu acionamento. Essa mudança é muito bem-vinda em jogos que exigem precisão de controle, como é o caso do ‘Forza Horizon’. Outro detalhe em relação a essa mudança é o barulho de “clique” deles. Quase não se escuta o conhecido som quando se aperta algum – além de serem menos “duros” quando esse movimento é realizado.

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Olhando na parte dos botões principais, é possível perceber analógicos diferentes, que apresentam maior precisão de movimento. Há também a adição de uma nova ferramenta chamada Share. Com um botão dedicado, é possível capturar momentos e compartilhá-los facilmente. Já em relação às teclas principais, notamos uma pequena diferença positiva na “pressão” dos botões, que agora afundam um pouco a mais e, assim, ficam mais macios.

Interface e recursos

Já na questão do sistema do videogame, a Microsoft implementou poucas mudanças visuais, mas adicionou recursos muito bem-vindos. Inclusive, vale lembrar, que quem atualizou recentemente o Xbox One está praticamente com a mesma interface.

Ainda assim, ao entrar no mérito apenas da questão visual, com o Xbox Series S e X, os usuários têm a possibilidade de utilizar temas dinâmicos de fundo. Anteriormente, os usuários tinham, em grande maioria, apenas temas estáticos.

Logo ao ligar o console, você visualiza os jogos e aplicativos recentemente utilizados em blocos. Além disso, é possível acessar facilmente os títulos que o jogador possui.

Nas abas “abaixo”, o usuário tem acesso a outras funcionalidades, como a loja – que foi redesenha recentemente para melhorar a experiência de utilização – e a parte de comunidade, em que é possível interagir com as conquistas destravadas e capturas de tela postadas por amigos. Vale lembrar que a ordem pode ser personalizada pelo utilizador. 

Por sua vez, quem merece a atenção mesmo é o recurso Quick Resume, que se mostra um grande aliado para muitos momentos. Com ele, você pode alternar entre jogos e voltar ao mesmo local que parou, sem de fato reiniciar o título, ou seja, você não passa novamente por menus ou loadings.

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Nos testes do Olhar Digital, nós conseguimos usar esta nova função com mais de 4 jogos simultaneamente. Inclusive, o recurso chegou a funcionar até mesmo com o jogo ‘Dead by Daylight’, que é praticamente só online. Além disso, mesmo que você deixe o console fora da tomada, o Quick Resume ainda funciona, o que te permite, por exemplo, deixar o console desligado por um tempo e continuar de onde parou.

A diferença do SSD

Algo que prometeram bastante para a nova geração foi mais velocidade no tempo de carregamento e na instalação de jogos graças ao SSD e, na prática, eles realmente fazem a diferença. Apenas para um pequeno teste, nós realizamos a instalação de ‘Far Cry 5’ a partir de sua mídia física apenas em meia hora. Já o tempo de download da atualização que é feita com a cópia dos arquivos, é claro, varia de acordo com a velocidade de sua conexão.

Outra mudança vista graças ao SSD fica no tempo de você “ligar o console” e entrar, de fato, no jogo. Ao menos na primeira leva de games que pudemos testar, na maioria deles, o tempo entre ligar o console e começar uma partida ficava em torno de um minuto.

Em outra comparação feita, testamos a transferência de jogos de um HD externo para o SSD interno do console. Nesse processo, um jogo de 40 GB foi transferido em cerca de cinco minutos.
O inverso também aconteceu. Em um teste rápido de transferência, um título do mesmo tamanho foi transferido da unidade interna para um HD externo. Nesse caso, o processo levou cerca de 13 minutos.

Retrocompatibilidade

Mais um ponto em que a Microsoft acerta no Xbox Series S e X é na retrocompatibilidade, já que os videogames são capazes de rodar jogos de quatro gerações. Não somente isso, os consoles também aprimoram um pouco a sua parte gráfica em títulos de dispositivos antigos ao ativar o HDR neles.

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Os jogos retrocompatíveis podem ser obtidos tanto a partir da loja, como serem rodados a partir de sua mídia física. Apesar de todos estes pontos positivos, vale lembrar que os jogos que originalmente tinham slowdowns ou outros problemas na sua plataforma original, continuam a apresentar os mesmos comportamentos.

4K, 120Hz e outras resoluções

Quando o Xbox One S e X foram lançados, eles já tinham o suporte à resolução 4K e outras melhorias. Já nesta geração, tais tecnologias, itens e termos devem ser cada vez mais comuns.

Graças ao HDMI 2.1, caso você tenha uma TV com essa porta, você poderá usufruir ao máximo do console em termos de resolução e taxa de quadros. Na prática, enquanto a resolução máxima deixa os gráficos melhores, a taxa de quadros deixa os jogos mais fluídos e, em alguns títulos, as mudanças são realmente notáveis.

Apesar de todos esses pontos positivos, é claro, vale lembrar que não são todos os jogos que possuem o suporte a taxa de quadros na resolução máxima. Mesmo assim, alguns jogos, como o ‘Dirt’, oferecem uma configuração em suas opções para priorizar gráficos ou taxa de quadros melhor.

Conclusão

A partir desses testes, é possível definir que a Microsoft deu um grande passo para a próxima geração, não só na questão das melhorias técnicas, mas também na experiência dos usuários ao permitir que os jogos dos videogames anteriores sejam compatíveis.

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A única dúvida deve ser em relação a qual deles adquirir, já que o Series S, mesmo sendo teoricamente menos potente, já oferece uma experiência aprimorada – e que deve ser suficiente para que os usuários se sintam na nova geração sem investir muito.

Já o Series X realmente oferece a experiência definitiva para quem quer aproveitar a nova geração com praticamente tudo que ela dá direito – além de ainda contar com o suporte a mídias físicas. Ainda assim, vale lembrar, ele é um console para quem está pensando mais a longo prazo e também para quem já possui uma televisão mais recente, que seja capaz de reproduzir com fidelidade todas as melhorias gráficas que o console apresenta.

Matéria feita em colaboração com Álvaro Scola