Filho gasta R$ 84 mil em microtransações no iPad e mãe culpa Apple

Criança estava jogando “Sonic Forces” no tablet, mas não imaginou que o valor de R$ 84 mil em microtransações fosse real
Por Rafael Arbulu, editado por Liliane Nakagawa 15/12/2020 15h06, atualizada em 15/12/2020 16h04
Sonic Forces
Imagem: SEGA/Divulgação
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A mãe de um garoto de seis anos em Connecticut, nos Estados Unidos, está com um problemão: durante a pandemia, ao trabalhar de casa, ela não percebeu que seu filho George gastou mais de US$ 16,5 mil (pouco mais de R$ 84 mil, na conversão direta) em microtransações do game “Sonic Forces” para iPad.

E o pior: apesar de tudo, ela não vai receber de volta nem um centavo de reembolso.

Pacotes de microtransações no jogo "Sonic Forces"
Pacotes do jogo “Sonic Forces” trazem moedas virtuais que conferem benefícios aos seus jogadores – mas custam dinheiro real e podem sair bem caros. Imagem: Sega/Divulgação

Segundo o relato da mãe ao New York Post, ao longo do período de quarentena imposta pelo governo dos EUA, ela vinha trabalhando de casa, enquanto o filho jogava em seu iPad. Ela, porém, não se deu conta de que as microtransações estavam acionadas no dispositivo, e seu filho executou várias compras da moeda virtual do jogo. Em um dia específico, ele chegou a gastar US$ 2,5 mil (R$ 12,75 mil).

“É como se meu menino de seis anos estivesse usando linhas e linhas e cocaína – cada vez maiores”, disse a mãe, chamada Jessica. “Esses jogos são criados para serem completamente predatórios e incentivar crianças a comprarem coisas. Que tipo de adulto gastaria US$ 100 [R$ 510] em um baú virtual de moedas de ouro?”.

Sem chance de reembolso

Depois de verificar seu extrato e ver as cobranças, ela imediatamente ligou o banco de sua conta, presumindo tratar-se de uma fraude. Em julho, ela preencheu o requerimento de investigação, mas somente em outubro é o banco Chase lhe orientou a procurar a Apple e a PayPal.

Jessica, então, percebeu um ícone do personagem Sonic, protagonista do jogo, no seu iPad. Depois de um atendimento feito pelo SAC da Apple, é que veio a notícia: Jessica havia estourado o prazo de 60 dias para pedidos de reembolso – e os valores seguiriam em cobrança normalmente.

“Eu não entrei em contato dentro dos 60 dias porque o banco me disse que ‘provavelmente’ era um caso de fraude – que Apple e PayPal são líderes em reclamações de fraude”, explicou Jessica, que ressaltou ao atendente da empresa de Cupertino que não poderia pagar a hipoteca da casa por causa da situação.

O atendente, então, explicou à consumidora sobre a função de desabilitar microtransações em aplicativos. “Obviamente, se eu soubesse que havia uma configuração assim, eu não teria permitido que meu filho de seis anos comprasse quase US$ 20 mil [R$ 102,17 mil] em moedas virtuais de ouro”.

Culpa é da Apple?

O menino prometeu pagar de volta o dinheiro gasto, ao que Jessica afirmou ao jornal não ser possível. Segundo a mãe, ela o paga cerca de US$ 4 (R$ 20,43) para limpar e arrumar o próprio quarto. “Talvez eu tenha que forçar esse menino a me pagar em 15 anos, quando ele arrumar um emprego”, brincou.

A mãe acredita que a culpa da situação é exclusivamente da Apple. “Meu filho não pensava que o dinheiro gasto [no jogo] fosse real. Ele está brincando com um jogo de desenhos, em um mundo de desenhos que ele sabe que não é de verdade. Por que o dinheiro seria real para ele? Isso exigiria um enorme salto cognitivo”, disse ela.

E essa não é a primeira vez que os infantes causam problemas do tipo aos seus pais. Em julho de 2019, os quatro filhos do britânico Thomas Carter gastaram, em um mês, cerca de R$ 3,77 mil ao adquirir aprimoramentos para seus times no jogo “FIFA 19”.

Fonte: New York Post


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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Liliane Nakagawa é redator(a) no Olhar Digital