Governo britânico permitirá mistura de vacinas contra a Covid-19

Por Rafael Rigues, editado por Daniel Junqueira 04/01/2021 12h37, atualizada em 04/01/2021 12h58
Mortes por Covid-19 de pessoas com menos de 60 anos no Brasil superam as de idosos pela 1ª vez
Idoso de 82 anos toma a primeira dose da Vacina de Oxford no Reino Unido
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

De acordo com novas diretrizes para o programa britânico de vacinação contra a Covid-19, publicadas na última sexta-feira (1), a mistura de vacinas será permitida em algumas circunstâncias.

Segundo o texto, “se a mesma vacina não estiver disponível, ou se o produto usado na primeira dose for desconhecido, é razoável oferecer uma segunda dose de um produto disponível localmente para completar o calendário”. Mary Ramsay diretora de imunização da Public Health England, afirma que isso só deve acontecer em ocasiões “extremamente raras”.

Mistura de vacinas é autorizada, mas não é recomendada

Ela destaca que o governo não está recomendando a mistura de vacinas, que geralmente são aplicadas em duas doses com um intervalo de 15 dias.

“Todos os esforços devem ser feitos para que o paciente receba a mesma vacina, mas quando isso não for possível é melhor dar uma segunda dose de outra vacina do que ficar sem ela”, diz.

Mistura de vacinas contra a Covid-19 foi autorizada, mas só ocorrerá em ocasiões "extremamente raras"
A vacina da Pfizer vem sendo usada há quase um mês no Reino Unido. Imagem: lakshmiprasada S/Shutterstock

Além da falta do composto original, a mistura de vacinas pode ocorrer em casos onde o paciente “tem alto risco imediato” ou “baixa probabilidade de comparecer novamente” ao local de vacinação.

O próprio governo britânico, entretanto, afirma no documento que “não há evidência da interoperabilidade das vacinas contra a Covid-19, embora estudos estejam em andamento”.

Pioneiro na vacinação

O Reino Unido foi o primeiro país a iniciar a imunização de sua população usando a vacina da Pfizer/BioNTech, em 8 de dezembro de 2020. Um segundo imunizante, a “Vacina de Oxford” produzida pela companhia farmacêutica AstraZeneca, foi aprovada em 30 de dezembro, e começou a ser usada nesta segunda-feira (4).

O britânico Brian Pinker, de 82 anos, entrou para a história ao se tornar a primeira pessoa do mundo a receber uma dose da nova vacina. “Este é um momento decisivo em nossa luta contra esse vírus terrível e eu espero que ele renove as esperanças de que o fim da pandemia está chegando”, declarou Matt Hancock, Secretário de Saúde e Serviços Sociais do Reino Unido.

Pinker é aposentado e faz diálise, e só soube que receberia o imunizante no sábado (02). “Essa vacina significa tudo para mim. Na minha cabeça, é a única maneira de fazer a vida voltar ao normal”, disse o idoso. Ele foi atendido no Churchill Hospital, em Oxford.

https://twitter.com/BBCBreakfast/status/1346004939777208321?s=20

No fim de outubro uma mutação do vírus Sars-Cov-2 causador da doença, foi encontrada no país e vem preocupando os especialistas. Segundo os cientistas ela é até 56% mais transmissível que a cepa original, embora não haja evidência de que ela é mais letal ou mais resistente às vacinas atuais. 

Esta mutação já é responsável por 50% dos novos casos de Covid-19 no Reino Unido. Na última quinta-feira (31) o laboratório de diagnósticos Dasa detectou e notificou ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária os dois primeiros casos da variante em São Paulo.

Fonte: Reuters

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital

Redator(a)

Daniel Junqueira é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo. Iniciou sua carreira cobrindo tecnologia em 2009. Atualmente, é repórter de Produtos e Reviews no Olhar Digital.