Após vários vazamentos, o Galaxy S21 finalmente é oficial. A Samsung apresentou três aparelhos que formam a nova família de celulares tops de linha da companhia, e o Olhar Digital teve a oportunidade de testá-los brevemente.

Enquanto tivemos a oportunidade de testar os novos modelos, não houve do que reclamar em relação ao desempenho dos aparelhos, e não poderia ser diferente. Um celular novo, com um chipset de última geração, o Exynos 2100, apresentado nesta semana pela Samsung, precisa entregar um bom desempenho para qualquer tarefa, especialmente com até 16 GB de memória RAM, incluindo as mais exigentes no ecossistema Android, como jogos ou até mesmo atividades multitarefa, como rodar dois apps com a tela dividida ao meio.

Poder alternar entre três lentes em tempo real mostra que o Galaxy S21 não está para brincadeira em desempenho. Foto: Renato Santino/Olhar Digital

Um recurso que demonstra bem do que estamos falando em termos de desempenho é o modo “Visão do Diretor”, recurso que permite capturar vídeo com três câmeras simultaneamente e alternar entre elas durante uma gravação. A função permite visualizar as três imagens ao mesmo tempo, o que só é possível com um hardware parrudo.

Falando em câmera, achei particularmente importante algumas novidades e alguns recursos interessantes. O aparelho é capaz de filmar um vídeo usando, simultaneamente, a câmera frontal e a traseira, permitindo dividir a imagem ou destacar a imagem da lente traseira enquanto o vídeo frontal fica em um modo “Picture-in-picture”. Eu consigo imaginar esse modo usado de forma criativa especialmente com a ascensão do TikTok e do Reels, no Instagram.

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Galaxy S21
É possível capturar imagens das lentes frontal e traseira simultaneamente. Foto: Renato Santino/Olhar Digital

Ainda sobre câmera, a captura de vídeo em 8K promovida pela Samsung deve proporcionar uma nova possibilidade: capturar fotos a partir de quadros do vídeo. Por ser um vídeo de altíssima resolução, o aparelho é capaz de selecionar um frame e congelá-lo, para transformá-lo em fotografia sem perda de qualidade, o que só é possível com uma resolução tão alta. Infelizmente, pouco é possível falar sobre a qualidade das fotos produzidas pelo aparelho com pouco tempo de testes.

Em questão de câmeras, o S21 e o S21+ são idênticos. Ambos contam com três sensores traseiros: uma teleobjetiva de 64 MP e abertura f/2.0, que proporciona até 3 vezes de zoom óptico e estabilização; uma lente principal de 12 megapixels com estabilização óptica e abertura f/1.8 e um sensor grande-angular para captura de imagens com um ângulo de até 120°, com 12 MP e abertura f/2.2.  Já na frente do aparelho, há uma câmera para selfies de 10 MP com abertura f/2.2.

Já quando o assunto é o Galaxy S21 Ultra, a configuração fica um pouco mais parruda. O aparelho conta com duas lentes teleobjetivas, ambas de 10 megapixels, sendo que uma delas alcança um zoom de 3x com abertura de lente f/2.4 e a outra chega a até 10x com abertura f/4.9. A lente principal também é mais parruda, com 108 megapixels, utilizando esse número para criar um recurso de nona-binning que produz imagens de apenas 12 MP, mas com muito mais detalhes e capaz de produzir melhores resultados em situações de pouca luz. Fechando o conjunto, há uma lente grande-angular de 120° e um quinto furo que não é uma câmera (apesar de parecer), que abriga um sensor laser, que serve para acelerar o foco automático.

Uma sensação que tive durante meu período com os novos aparelhos é que os aparelhos são muito similares aos de 2020. A Samsung parece ter entendido que o Galaxy S20 era bonito o suficiente, e trouxe apenas mudanças pontuais, e a mais notável está no módulo de câmera, que passou a ser metálico em vez de vidro e integrado à armação lateral do celular, em vez de ser apenas um volume isolado na traseira do aparelho. Particularmente, achei a novidade bem-vinda, apesar de estranhar em um primeiro momento.

O vidro fosco também permitiu a solução de um problema que me incomodava um pouco nos celulares de 2020 da Samsung. Como eles eram totalmente espelhados, eles tinham uma tendência a pegar impressão digital do usuário na traseira, o que criavam uma sensação estética desagradável. Não é algo que parece acontecer de forma tão ostensiva com os novos aparelhos.

Galaxy S21 Ultra
Acabamento fosco é mais elegante e menos propenso a impressões digitais. Foto: Renato Santino/Olhar Digital

Também vale observar que, graças ao design com bordas mínimas e a proporção “esticada” da tela, mesmo o maior S21 não parece muito grande na mão, permitindo um bom encaixe e usabilidade, embora talvez nem todas as funcionalidades sejam totalmente acessíveis segurando o dispositivo com uma só mão. Também vale notar que a Samsung conseguiu isso deixando de lado a curvatura no canto das telas, que agora são planas, deixando de lado uma marca registrada dos produtos da companhia há anos. Apenas o Ultra ainda mantém bordas arredondadas, enquanto os outros dois estão mais próximos do que a companhia apresentou com o Galaxy S20 FE no ano passado.

Por fim, o S21 Ultra é o primeiro modelo da linha S a contar com suporte à caneta S-Pen, que é uma marca da linha Galaxy Note, e o acessório funciona perfeitamente, como o Galaxy S sempre tivesse tido suporte à caneta. É uma pena que o celular não conte com o acessório na caixa, exigindo uma compra à parte, ou o uso da caneta que veio com outros produtos, como os tablets da empresa. O aparelho não tem um slot para encaixe da S-Pen nativo, dependendo do uso de um case, o que me faz questionar o quão comprometida a Samsung está com esta experiência, o que permitiria ao Galaxy Note as condições de continuar coexistindo com a linha S. Mas isso é um tema para o futuro.

Caneta S-Pen funciona perfeitamente no S21 Ultra, mas não vem com o aparelho. Foto: Renato Santino/Olhar Digital

Vale lamentar algumas ausências importantes na família S21. A Samsung decidiu tirar o carregador da caixa do celular, alegando que a maioria dos consumidores já têm um compatível em casa, oferecendo apenas um cabo USB-C. Além disso, o fato de que a empresa removeu o slot de cartão microSD do celular limite o armazenamento ao interno do aparelho, que pode ser suficiente para muitos, a partir de 128 GB, mas é uma opção a menos e menor liberdade para o consumidor. Uma pena para uma empresa que sempre teve esse conceito como norte.