Xiaomi nega ter qualquer laço com o exército chinês

Nota responde à inclusão de seu nome, pelos EUA, à lista de companhias que supostamente pertenceriam às forças armadas da nação asiática
Por Rafael Arbulu, editado por Daniel Junqueira 18/01/2021 11h56, atualizada em 18/01/2021 12h17
Xiaomi - Sede
Imagem: testing/Shutterstock
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A Xiaomi emitiu um comunicado onde informa não ter laços com o exército chinês, ao contrário do que diz o Departamento de Defesa (DOD) dos Estados Unidos.

A nota divulgada pela fabricante vem em resposta às autoridades americanas terem a adicionado à lista de empresas que “supostamente pertencem” às forças armadas da nação asiática pela prerrogativa do Ato de Autorização de Defesa Nacional (“NDAA”, na sigla em inglês).

“A empresa [Xiaomi] vem obedecendo às leis e operando em obediência à legislação e regulamentações relevantes onde quer que conduza seus negócios”, diz trecho do comunicado que nega vínculos da Xiaomi com o exército chinês. “Nós reiteramos que oferecemos produtos e serviços para uso comercial e civil”.

A Xiaomi ainda continua seu esclarecimento, dizendo que “confirma não ser propriedade, ou controlada ou afiliada com o exército chinês, e não é ‘uma empresa comunista militar chinesa’, como define o NDAA. A empresa tomará o curso apropriado de ações para proteger seus interesses e os de seus acionistas”.

xiaomi exército chinês
Departamento de Defesa dos EUA acusa o exército chinês de ser o “dono” da Xiaomi. Imagem: Jack Skeens/Shutterstock

Além da Xiaomi, também foram incluídas na lista a Advanced Micro-Fabrication Equipment, Luokong Technology, Beijing Zhongguancun Development Investment Center, Gowin Semiconductor, Grand China Aie, Global Tone Communication, China National Aviation Holding company e Commercial Aircraft Corporation of China.

Huawei, Hikvision, Inspur, Panda Electronics e Semiconductor Manufacturing International Corporation já faziam parte da lista de empresas que supostamente são aliadas ao exército chinês.

Negócios nos EUA

O problema de uma empresa ser mencionada na referida lista é o impedimento da condução de seus negócios nos EUA. Isso porque, em 12 de novembro de 2020, o presidente em final de mandato, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que proíbe o comércio e o investimento em qualquer companhia citada no documento do DOD.

A grosso modo, é parecido com o que aconteceu com a Huawei, há alguns anos. Neste exemplo, como a Xiaomi tem negócios com empresas americanas e vários de seus smartphones possuem processador Snapdragon, da Qualcomm, a ordem executiva efetivamente impediria que essas relações comerciais continuassem.

Donald Trump
Donald Trump acusa a China de “explorar o capital americano”. Imagem: Joseph Sohm/Shutterstock

Na ordem executiva, Trump afirmou que a China estava “explorando o capital dos Estados Unidos”, usando-o para aprimorar suas forças armadas, o que, em sua visão, permitira a Beijing ameaçar os EUA e forças aliadas americanas no exterior, além de “desenvolver armas convencionais avançadas e ações maliciosas ‘ciberdesencadeadas’”.

Por ora, não há qualquer resposta das autoridades americanas em relação ao comunicado da Xiaomi.

Fonte: Xiaomi

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Daniel Junqueira é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo. Iniciou sua carreira cobrindo tecnologia em 2009. Atualmente, é repórter de Produtos e Reviews no Olhar Digital.