Documentação para novo pedido de uso da Coronavac é “satisfatória”, diz Anvisa

Lote de 4,8 milhões de doses da Coronavac para uso emergencial dependem da aprovação da Anvisa, que analisa mudanças na embalagem do produto
Por Renato Mota, editado por Eduardo Nuvens 19/01/2021 19h49, atualizada em 20/10/2021 19h18
Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Anvisa diz estar trabalhando em tempo integral para analisar pedidos. Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O segundo pedido de autorização para uso emergencial da Coronavac, feito pelo Instituto Butantan na manhã da última segunda-feira (18) passou pela triagem inicial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A análise dos documentos foi considerada “satisfatória”, e agora a agência tem até dez dias para finalizar o pedido.

De acordo com a nota oficial divulgada pela Anvisa, essa triagem é uma etapa inicial, “feita nas primeiras 24 horas, para verificar a admissibilidade do pedido”. Os técnicos realizam uma conferência para saber se os documentos apresentados cumprem os requisitos regulatórios estabelecidos. A liberação de mais 4,8 milhões de doses do imunizante dependem desse aval.

Apesar de ter algumas semelhanças, a nova solicitação é diferente da aprovada no último domingo (17). “O primeiro pedido (…) tratava das vacinas importadas prontas e envasadas em monodose (suspensão aquosa injetável, 0,5 mL/dose)”, explica a Anvisa. “Este segundo pedido trata do envase, pelo Instituto Butantan, da vacina em frasco-ampola multidose”, completa.

Doses de vacina CoronaVac prontas para serem colocadas em avião
Coronavac está sendo distribuída a todos os Estados brasileiros. Imagem: Governo de São Paulo/Divulgação

Como o envasamento utiliza uma embalagem diferente, o frasco-ampola multidose, é necessário avaliar as informações adicionais submetidas pelo Instituto. O objetivo da Anvisa é avaliar qualquer alteração na qualidade do produto final. “Para produtos sensíveis como vacinas, mesmo pequenas mudanças de equipamento, método e forma de envase podem causar impacto e, portanto, devem ser olhadas com atenção”, completa a nota.

As informações apresentadas no primeiro pedido também serão levadas em consideração, o que deve agilizar a análise. Estão programadas reuniões entre as áreas técnicas da Anvisa e técnicos do Butantan para os esclarecimentos e ajustes que se fizerem necessários, “em especial quanto às informações de bula e orientações que deverão ser feitas aos profissionais de saúde que aplicarão o imunizante na população”, diz a Anvisa.

Rejeitado

No mesmo dia que aprovou o uso da Coronavac, a Anvisa decidiu não avaliar o pedido de uso emergencial da vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, devido à documentação insuficiente. O pedido foi feito pela União Química, que pretende produzir o imunizante no Brasil, e é referente a 10 milhões de doses que seriam usadas no primeiro trimestre deste ano.

Segundo a agência, “o pedido foi restituído à empresa por não atender os critérios mínimos, especialmente pela falta de autorização para a condução dos ensaios clínicos fase 3, a condução em andamento no país e questões relativas às boas práticas de fabricação”.

Ainda não há um ensaio clínico em fase 3 com a Sputnik V em andamento no Brasil, embora um pedido de autorização para isso tenha sido protocolado. A entrega de resultados destes ensaios é uma das condições para a autorização para uso emergencial.

Via: Estadão

Redator(a)

Renato Mota é redator(a) no Olhar Digital

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Eduardo Nuvens é redator(a) no Olhar Digital