Clínica no Rio desperdiça doses da vacina de Oxford

Fabiana Rolfini28/01/2021 10h40, atualizada em 28/01/2021 10h41
Vacina de Oxford e AstraZeneca tem eficácia de 76% após três semanas
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Enquanto milhões de brasileiros aguardam ansiosamente sua vez de serem vacinados, no Rio de Janeiro, uma clínica tem planos de jogar fora doses da vacina de Oxford/AstraZeneca por falta de uso.

A denúncia de funcionários de uma Clínica da Família localizada na Zona Oeste do Rio foi feita ao jornal O Dia. Segundo eles, ao menos cinco doses do imunizante seriam descartadas na quarta-feira (27) pela ausência de público para a vacinação. Isso porque apenas profissionais de saúde com 60 anos ou mais podem ser vacinados com o imunizante britânico.

Cada frasco da vacina do Reino Unido rende aplicação para até dez pessoas. Uma vez aberto, o material precisa ser usado em até seis horas ou perde a validade. No entanto, um profissional, que preferiu não se identificar, relatou que, até às 13h20 desta quarta-feira, apenas cinco pessoas foram à unidade de saúde para serem vacinadas. Ou seja, para complementar o uso deste único frasco da vacina, outras cinco precisariam comparecer ao local.

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Cada frasco da vacina de Oxford rende aplicação para até dez pessoas. Imagem: Seda Servet/Shutterstock

“Está todo mundo revoltado aqui. Nossa orientação é para não dar a dose para o próximo da fila, que seriam os idosos que não são profissionais da saúde. Recebemos a ordem de jogar fora”, disse o funcionário da clínica. Ainda segundo ele, “a logística da vacina CoronaVac é melhor”, pois cada frasco pode imunizar apenas uma pessoa, sem que haja desperdício. 

O profissional conclui dizendo que seria bom poder vacinar o próximo da fila, porque os funcionários não precisariam ficar “implorando” para que as pessoas fossem até a unidade de saúde.

“Se pudéssemos vacinar os mais velhos (que não são profissionais da saúde), ia facilitar, não ia ter dose remanescente. Nós não íamos ficar implorando para a pessoa vir tomar o imunizante. Porque é quase isso. Estamos pedindo para a pessoa vir, para não termos que descartar as doses”, lamenta.

Procurada pelo jornal, a Secretaria de Saúde não se manifestou sobre o assunto.

Via: O Dia

Redator(a)

Fabiana Rolfini é redator(a) no Olhar Digital