A Microsoft defende o polêmico projeto de lei australiano que força plataformas de tecnologia como Google e Facebook a pagarem para exibir notícias provenientes da mídia. Tanto que a companhia acredita que os EUA deveriam copiar a proposta da Austrália, assim como fará a União Europeia.

Em janeiro, o governo dos Estados Unidos pediu à Austrália que rejeitasse tal projeto de lei – atualmente tramitando em um comitê do senado – e estudasse “mais os mercados e, se apropriado, desenvolvesse um código voluntário”. 

“Os Estados Unidos não deveriam se opor a uma proposta criativa australiana que fortalece a democracia ao exigir que as empresas de tecnologia apoiem uma imprensa livre”, escreveu o presidente da Microsoft, Brad Smith, em um post no blog da empresa. “Em vez disso, deve copiá-lo”, acrescentou.

Presidente da Microsoft, Brad Smith, defende projeto de lei australiano que força Google e Facebook a pagarem para exibir notícias
Presidente da Microsoft, Brad Smith, defende projeto de lei australiano que força Google e Facebook a pagarem para exibir notícias. Imagem: G Holland/Shutterstock

O governo australiano anunciou a legislação em dezembro de 2020, depois que uma investigação determinou que as gigantes da tecnologia detêm muito poder de mercado na indústria da mídia, uma situação que representa uma ameaça potencial para o bom funcionamento da democracia.  

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Na época, o governo Trump se opôs à proposta, objetando que ela se aplicasse primeiro a duas empresas americanas. O presidente da Microsoft, no entanto, disse que o atual governo de Joe Biden deveria reconsiderar. “No final do dia, o que há de errado em compensar organizações de notícias independentes pelos benefícios que os guardiões de tecnologia obtêm desse conteúdo?”, argumentou. 

Embora a lei australiana não se aplique inicialmente à Microsoft, ele disse que a empresa está preparada para cumprir as obrigações da nova lei e dividir a receita conforme proposto com as organizações de notícias.

Posicionamento do Google e Facebook

Google e Facebook argumentaram que a proposta abriria um precedente incontrolável, visto que a internet é baseada no compartilhamento gratuito de links. Se o projeto de lei for aprovado, o Google disse que encerraria seu mecanismo de busca na Austrália. Já o Facebook declarou que impediria os usuários australianos de compartilhar links para artigos de notícias em sua plataforma.

Google e Facebook se posicionaram contra a proposta australiana. Imagem: Koshiro K/Shutterstock

Ambas as empresas afirmaram que querem investir em editoras locais e apontaram acordos recentes para mostrar que elas e as empresas de notícias podem negociar uma compensação justa. 

No fim das contas, esta novela ainda promete muitos capítulos. Vamos acompanhar.

Via: WSJ