Salas de conversa ao vivo, com comunicação por áudio, em uma espécie de podcast aberto. Assim são os aplicativos Clubhouse e Twitter Spaces, que, na teoria, apresentam funcionalidades quase idênticas. No entanto, a maneira como ambas as ferramentas lidam com o armazenamento de dados é bem diferente.

A primeira diferença está no que acontece em cada app quando a sala de conferência é fechada. O Twitter Spaces, por exemplo, armazena todas as audioconferências por pelo menos 30 dias. Isso porque a ferramenta analisa violações de regras da plataforma — que podem envolver incentivo ao suicídio ou à automutilação, promoção de terrorismo ou extremismo, ameaças de violência contra indivíduos ou grupos específicos e outros.

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Denúncias de violações podem envolver um Spaces inteiro ou indivíduos dentro dele. Nesses casos, o sistema pode estender o armazenamento das conversas por até 90 dias para que um usuário bloqueado tenha tempo de fazer uma apelação. E o Twitter vai avisar quando participantes bloqueados estiverem falando em uma sala. A punição mais rígida pode fazer que o indivíduo perca o acesso ao Twitter Spaces.

Já o Clubhouse exclui todo o conteúdo gravado logo depois do fim da reunião na sala de conferência. A exceção acontece quando um usuário relata violações às regras de confiança e segurança do app em um chat. Isso vai fazer que o app retenha uma cópia daquele conteúdo até que uma investigação sobre o ocorrido seja concluída.

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Diferentemente do Twitter Spaces, Clubhouse exclui automaticamente a gravação de conteúdos após o término da audioconferência. Foto: rafapress/Shutterstock

Vale lembrar que, embora o Clubhouse aparente ser uma ferramenta mais segura para a privacidade dos usuários, a plataforma tem acesso à localização dos inscritos e pode compartilhar informações sem notificá-los.

Outro ponto são as permissões dos apps: o Clubhouse tem regras rígidas contra usuários que gravam as audioconferências — a menos que haja consenso — e o Twitter Spaces pretende oferecer as gravações de áudio e cópias das transcrições para os hosts da sala.

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Isso significa que, no Twitter Spaces, o conteúdo é mais duradouro e pode até ser redirecionado para outras plataformas. No Clubhouse, por outro lado, a premissa parece ser “o que foi falado aqui, morre aqui”.

Outra diferença entre as ferramentas é temporária e tem a ver com acessibilidade. O Clubhouse segue restrito para dispositivos iOS — embora deva chegar em breve a aparelhos Android —, enquanto o Twitter Spaces permite o acesso tanto em aparelhos iOS quanto Android.

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Ambos os aplicativos são novos e certamente a compatição entre eles deve ficar ainda mais acirrada com o anúncio de novos recursos. E a boa notícia é que, nessa briga pelo domínio do setor, quem ganha são os usuários.

Fonte: Mashable