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No aniversário de 1 ano após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar oficialmente a crise causada pelo coronavírus como pandemia, Tim Berners-Lee fez um apelo para construir um mundo pós-covid melhor e, para isso, é preciso garantir acesso de jovens à internet.
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“Da mesma forma que fizemos com a eletricidade no século passado, devemos reconhecer o acesso à internet como um direito básico e devemos trabalhar para garantir que todos os jovens possam se conectar à uma rede que lhes dê o poder de moldar seu mundo”, disse ele, em carta aberta assinada em conjunto com a cofundadora World Wide Web Foundation, Rosemary Leith.
Hoje, como ressaltam os executivos, muitos jovens utilizam a internet como uma “ferramenta para lutar por justiça, expandir oportunidades e encontrar soluções para problemas urgentes”.
Os Leithe e Berners-Lee ressaltam que, ainda assim, apenas um terço dos jovens com menos de 25 anos no mundo possui acesso à rede, segundo dados da Unicef.
Isso equivale a 2,2 bilhões de jovens sem acesso estável para estudar online – algo que foi e continua sendo essencial durante a pandemia.
“As consequências dessa exclusão afetam a todos. Quantas mentes jovens e brilhantes sofrem com a exclusão digital? Quantas vozes de possíveis líderes estão sendo silenciadas por uma internet tóxica?”, questionam.
A carta segue fazendo um apelo para que o mundo se mobilize em prol desse objetivo comum, bem como convida líderes a dimensionar investimentos que possam garantir uma boa conectividade, seja via financiamento de infraestruturas de rede, subsídios, ou suporte para redes comunitárias.
Esforço conjunto
A Aliança para uma Internet Acessível (Alliance for Affordable Internet, ou A4AI, na sigla em inglês), uma iniciativa da Web Foundation, calcula que são necessários US$ 428 bilhões em investimento aplicados durante os próximos 10 anos para proporcionar uma conexão mundial com banda larga de qualidade.
“Para se ter uma ideia, isso equivale a apenas US$ 116 por pessoa para os 3,7 bilhões de pessoas que permanecem off-line hoje”, diz o texto, complementando que isso traria em retorno direto à economia o montante equivalente a US$ 8,7 trilhões.
As empresas de tecnologia também têm papel fundamental nesse cenário, segundo os executivos, já que elas são as responsáveis pelo desenvolvimento de produtos que, em última instância, garantem a inclusão em vez da exclusão.
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“Muitas vezes, o desenvolvimento e o design de tecnologias não priorizam os direitos e o bem-estar dos usuários. As empresas precisam compreender experiências e necessidades únicas dos jovens e trabalhar com eles para cocriar produtos e serviços que respeitem seus direitos. E os governos precisam aprovar leis eficazes que regulem a tecnologia e façam com que as empresas criem produtos e serviços responsáveis.”
Para ajudar companhias, a Web Foundation anunciou um Laboratório de Design de Políticas Tecnológicas e um projeto-piloto em prol de políticas de combate à violência online de gênero e abusos contra mulheres – em especial as mais jovens e vulneráveis.
“Nesse piloto, estamos reunindo empresas de tecnologia e grupos de direitos das mulheres para definir políticas e soluções de produtos para conter o assédio online, para que todas as mulheres possam usar a web sem medo de abusos e violência”, diz a carta.
A intenção é que esse seja apenas um ponto de partida para que, posteriormente, possam ser desenvolvidas soluções para alguns dos principais e mais difíceis problemas tecnológicos atuais.
“É hora de nos comprometermos a entregar a web que desejamos para o mundo que desejamos, para esta geração de jovens e para os que ainda estão por vir”, encerra o texto.
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