O epidemiologista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Lotufo, defendeu o retorno das escolas no Brasil. Segundo ele, as atividades da área da educação são prioritárias e seu retorno deve estar à frente de outras áreas, como a indústria e o comércio.
Em entrevista para o jornal mineiro O Tempo, Lotufo, que é uma voz de referência na área de epidemiologia, disso que todas as escolas do Brasil deveriam estar abertas. “Eu adotei um lema para mim que diz ‘escola: a última a fechar, a primeira a abrir’”, declarou o médico.
“Na primeira onda, o que aconteceu foi o inverso, salão de beleza, shopping center, concessionárias abriram, mas não as escolas, e não existe coisa mais importante do que as escolas”, completou o epidemiologista durante live na última sexta-feira (12).
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Lotufo ainda argumentou que o ensino remoto, que foi adotado pela maior parte das escolas públicas e particulares, impõe muitas dificuldades tanto para os alunos quanto para os professores e possui desvantagens em relação às aulas presenciais.
Segundo o especialista, a estratégia ideal para o retorno seria em um esquema de rodízio, em que os alunos seriam divididos em três grupos, que frequentariam as escolas em dois dias por semana e teriam horários diferentes de entrada e intervalo.
“A medição de temperatura na entrada funciona bem nas escolas e pode ser acompanhado também no intervalo”, declarou Lotufo. “Se tiver suspeita ou casos, pode-se isolar as mini-bolhas”, complementa.
Cuidados especiais
![Professora mede temperatura de alunos](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2021/03/iStock-1224916432-1024x673.jpg)
No entanto, Paulo Lotufo ponderou que compreende que na teoria as questões são muito mais simples que na prática, em especial para os adultos envolvidos na rotina de uma escola, como professores e funcionários que precisem usar o transporte público.
Para essas pessoas, o médico defende prioridade na fila da vacinação. Para Lotufo, professores, funcionários e até vendedores, cantineiros e trabalhadores autônomos que transitem por escolas, como vendedores, devem ser vacinados antes.
“A escola deve ser muito valorizada porque é a forma que você quebra as desigualdades sociais”, defendeu o epidemiologista. “É a coisa mais importante na sociedade, não é academia, salão de beleza, shopping center, é a escola”, concluiu.
Via: O Tempo
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