Crédito: Ralf Liebhold/Shutterstock
O app de entregas Rappi anunciou nesta segunda-feira (15) que vai liberar R$ 100 milhões em empréstimos, na tentativa de ajudar restaurantes parceiros durante a pandemia do coronavírus.
Além disso, o serviço de entregas prevê acelerar o repasse das vendas pelos próximos quatro meses, liberando os valores em até sete dias.
A empresa já havia anteriormente diminuído a janela de repasse, para 14 dias, em uma tentativa de minimizar os danos decorrentes da crise pelo coronavírus. O período regular, praticado pré-pandemia, era de 30 dias.
Com a pandemia e consequentes restrições de circulação, muitos restaurantes se viram obrigados a fechar as portas por períodos prolongados.
Isso, em última instância, também os obrigou a migrar em massa para soluções digitais – o que incluiu não apenas a ida para plataformas de e-commerce, como também a adoção de serviços de entrega via aplicativos, como o Rappi.
Dessa forma, o Rappi espera que as ações não ajudem apenas os restaurantes parceiros antigos, mas também incentive a entrada de ainda mais estabelecimentos do setor na plataforma de entregas.
Também como parte desse incentivo para novos estabelecimentos, e para tornar a entrada deles na plataforma ainda mais atrativa, a startup vai oferecer a isenção de taxas por 90 dias.
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O mercado de alimentação no geral foi um dos mais afetados pelo coronavírus desde que a crise começou, sendo o 10º no ranking feito pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Produtividade do Ministério da Economia (Sepec/ME).
O setor de alimentação fora do lar (também chamado de food service), em especial, teve 30% de seus estabelecimentos fechados como reflexo do impacto, de acordo com dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Só na capital paulista, estimativas da associação apontam que 80% dos estabelecimentos suspenderam contratos com funcionários e outros 57% optaram pelo desligamento de colaboradores até junho passado.
Em fevereiro deste ano, a Abrasel liberou dados atualizados, onde 60% das empresas do setor afirmam estar operando em prejuízo atualmente. Em São Paulo, esse número é ainda maior: 72%.
O impacto é mais amplo se considerado que o setor de food service, com o do turismo, que também foi fortemente impactado pela pandemia, respondeu por 6 milhões dos empregos formais gerados em 2019 no país.
Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, a urgência em ajudar restaurantes precisa ser também de governos estaduais e municipais.
“A pesquisa mostra que 62% têm a percepção de que os custos com mercadorias subiram mais de 20% no ano passado, mas pouquíssimos viram condição de repassar isso ao cardápio, pelo risco de perder ainda mais receita”, disse, em nota.
Esta post foi modificado pela última vez em 15 de março de 2021 15:04