A Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou os testes supersônicos com seu novo caça, o Gripen-E, fabricado pela empresa sueca Saab. Segundo a Folha de São Paulo, os testes começaram em 26 de fevereiro em Gavião Peixoto, no interior de SP, onde fica a fábrica da Embraer e o centro nacional de desenvolvimento da aeronave.

Batizado pela FAB de F-39 Gripen, o caça pode voar a até duas vezes a velocidade do som (2.460 km/h), mas a Saab não revela qual a velocidade atingida até agora nos testes no Brasil. Ao quebrar a barreira do som (cerca de 1.200 km/h) ele produz um ruído alto conhecido como “estampido sônico“, que pode ser ouvido no solo. Para não perturbar a população, os voos estão sendo feitos em uma região menos habitada a noroeste de Gavião Peixoto, a uma altitude de 5 mil metros.

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Caça F-39 Gripen da FAB, sobrevoando o RJ com o Cristo Redentor ao fundo
Caça F-39 Gripen sobrevoando o RJ. Ao fundo, a estátua do Cristo Redentor. Imagem: Saab

Segundo o jornal, no momento os testes estão sendo feitos por um piloto sueco. Desde janeiro, militares da FAB estão em treinamento operacional na Suécia. O primeiro voo de um Gripen em solo nacional aconteceu em 24 de setembro, quando uma aeronave saiu do aeroporto de Navegantes (SC) para o centro de desenvolvimento da Embraer em Gavião Peixoto (SP)

O contrato da Saab com a FAB, assinado em 2014, prevê 36 aeronaves a um custo de US$ 4,5 bilhões. Destes, 15 serão produzidos pela Embraer em Gavião Peixoto. A empresa também está participando do desenvolvimento do Gripen-F, uma versão do caça com dois lugares.

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“A Embraer desempenhará um papel de liderança na execução do programa Gripen no Brasil e será responsável pelo trabalho de desenvolvimento de sistemas, integração, testes de voo, montagem final e entrega das aeronaves”, explicou o CEO da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider.

De acordo com a FAB, o F-39 Gripen, nos modelos E (monoposto) e F (biposto), “será a mais moderna e avançada plataforma multimissão atuando na defesa do espaço aéreo brasileiro”.

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O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, destacou a importância do compartilhamento de experiências por meio da cooperação entre Brasil e Suécia. “O Gripen aumenta a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira e impulsiona uma parceria que fomenta a pesquisa e o desenvolvimento industrial dos dois países”.