A Nasa assinou um acordo com a Blue Origin, companhia aeroespacial fundada por Jeff Bezos, CEO da Amazon, para o uso do foguete New Shepard para simular a gravidade lunar em experimentos em órbita da Terra. A tecnologia será crucial para o sucesso do programa Artemis, que visa levar humanos de volta à Lua já em 2024.

Atualmente, a Nasa pode simular a gravidade lunar em voos parabólicos e em centrífugas em veículos suborbitais. Mas esses métodos fornecem apenas segundos de exposição à gravidade lunar por vez ou limitam o tamanho da carga útil, obrigando a agência a explorar opções com maior duração e capacidade. O novo sistema oferecido pela Blue Origin, que deve estar disponível no final de 2022, atende a essa necessidade.

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Upgrades no New Shepard permitirão que o veículo use seu sistema de controle de reação para rotacionar uma cápsula com experimentos. Como resultado, a cápsula inteira age essencialmente como uma grande centrífuga para criar ambientes de gravidade artificial para as cargas.

Decolagem de um foguete New Shepard da base da Blue Origin no oeste do Texas
A Blue Origin já fez 13 lançamentos bem sucedidos do New Shepard. Um dos foguetes, o NS 3, foi reutilizado sete vezes. Imagem: Blue Origin/Divulgação

É possível simular diferentes condições de gravidade controlando a velocidade de rotação da cápsula. O primeiro voo da Blue Origin com este sistema terá como alvo 11 rotações por minuto para fornecer mais de dois minutos de gravidade lunar contínua.

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Nasa focada no programa Artemis

A simulação da gravidade lunar permitirá à Nasa testar e diminuir o risco de inovações críticas para atingir os objetivos do programa Artemis, bem como a exploração da superfície lunar e aplicações comerciais ligadas à Lua.

“A Nasa tem o prazer de estar entre os primeiros clientes a aproveitar as vantagens desta nova capacidade”, disse Christopher Baker, executivo do programa de Oportunidades de Voo na sede da Nasa, em Washington.

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“Um dos desafios constantes de viver e trabalhar no espaço é a redução da gravidade. Muitos sistemas projetados para uso na Terra simplesmente não funcionam da mesma forma em outros lugares. Uma ampla gama de ferramentas de que precisamos para a Lua e Marte pode se beneficiar de testes em gravidade parcial, incluindo tecnologias para utilização de recursos in-situ, mineração de regolito e controle ambiental e sistemas de suporte à vida”, afirmou.

“A humanidade sonha com a gravidade artificial desde os primeiros dias dos voos espaciais”, disse Erika Wagner, PhD, diretora de cargas úteis da New Shepard na Blue Origin. “É empolgante fazer uma parceria com a Nasa para criar essa capacidade única de explorar a ciência e a tecnologia de que precisaremos para a futura exploração espacial humana”.

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Fonte: Nasa