Considerada a maior rede de cartões dos Estados Unidos, a Visa está sob investigação do Departamento de Justiça americano (DOJ) por acusações de práticas anticompetitivas. Divulgada nesta sexta-feira (19) pelo The Wall Street Journal, a informação provocou queda de 5,37% das ações da companhia na bolsa de valores de Nova York (NYSE) e uma baixa de 6,97% dos papeis na B3, a bolsa de valores brasileira.

De acordo com o jornal norte-americano, o órgão vai investigar se a Visa limita a capacidade dos comerciantes de rotear transações com cartão de débito em redes mais baratas. Ou seja, os vendedores seriam obrigados a lidar com as altas “tarifas de rede” da Visa, o que beneficiaria ainda mais a empresa de cartões e ampliaria a soberania da companhia — mas de uma forma ilegal.

publicidade

Isso porque a Emenda Durbin, de 2010, exige que os comerciantes possam escolher entre pelo menos duas redes de cartão de débito para encaminhar as transações.

Embora não tenham relação direta com esta taxa, os consumidores também podem ser prejudicados: para compensar o valor de tarifas de rede mais caras, os comerciantes podem aumentar o preço dos produtos para compensar o valor pago à empresa de cartão.

publicidade

Apesar de a investigação focar na prática anticompetitiva nos canais digitais, o órgão também investiga se as medidas têm sido implementadas em lojas físicas.

Logo da bandeira Visa de cartões
Comerciantes seriam prejudicados pela alta tarifa de rede da Visa. Foto: antoniohugo/Shutterstock

Leia mais:

publicidade

Órgãos antitruste na cola da Visa

A nova investigação do DOJ é divulgada meses após a Visa envolver-se em outro caso anticompetitivo.

Em janeiro deste ano, a Visa teve de cancelar a aquisição da empresa de tecnologia financeira Plaid — estimada em US$ 5,3 milhões — após o Departamento de Justiça dos Estados Unidos alegar que a compra “iria eliminar uma nascente ameaça competitiva” ao monopólio. Na época, o órgão americano já acusava a Visa de ser “monopolista em transações de débito online”.

publicidade

Paralelamente, a Comissão Federal de Comércio americana (FTC) também investiga a Visa e a rival Mastercard acerca do roteamento de cartões de débito.

Fonte: The Wall Street Journal