Uma das teorias para explicar a formação da Lua diz que ela é fruto da colisão entre a Terra e Theia, um protoplaneta com aproximadamente o tamanho de Marte, há 4,5 bilhões de anos. Os destroços ejetados após a colisão eventualmente teriam se aglomerado em órbita da Terra e formado a Lua.
Durante a colisão os núcleos de ambos os planetas teriam se fundido, o que explicaria porque o núcleo da Terra é maior que o esperado para um objeto de seu tamanho. Mas um novo estudo publicado na revista Science sugere que há mais de Theia entre nós do que imaginamos. Duas “bolhas” de rocha quente do tamanho de continentes, localizadas no manto terrestre debaixo da África e do Oceano Pacífico, seriam parte do manto de Theia.
Modelos desenvolvidos por Qian Yuan, estudante de doutorado de geodinâmica na Universidade Estadual do Arizona (ASU, Arizona State University) e autor do artigo, mostram que rochas 1,5% a 3,5% mais densas que o manto terrestre não se misturariam às rochas ao redor. E um estudo de 2019 sugere que o manto de Theia era de 2% a 3,5% mais denso do que o da Terra.
Segundo a teoria de Yuan, as rochas mais leves foram ejetadas para o espaço, onde formaram a Lua, mas partes do manto de Theia ricas em ferro teriam mergulhado em direção ao núcleo da Terra, se consolidando e formando as enigmáticas bolhas. “Acho que a ideia é completamente viável, até que alguém prove o contrário”, diz Edward Garnero, sismólogo da ASU que não esteve envolvido na pesquisa, em declaração à revista Science.
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Se pedaços de Theia estão enterrados no manto terrestre, podem não estar sozinhos. Com o surgimento de equipamentos e técnicas mais precisas, sismólogos estão descobrindo cada vez mais “bolsões” de material ultradenso, com algumas centenas de quilômetros de largura, em meio ao manto terrestre.
Eles podem ser os núcleos ricos em ferro de outros planetas em miniatura que colidiram com a Terra durante sua formação. Neste caso Theia seria apenas uma “cova” em meio a um “cemitério” planetário.
Fonte: Live Science