O possível choque entre naves espaciais em Marte fez com que representantes dos Estados Unidos e da China se reunissem para uma conversa. Considerando os desacordos entre as duas potências, a cooperação espacial é exceção.

De acordo com a lei americana, quase todos os contatos entre a Nasa e a CNSA, agência espacial chinesa, são proibidos devido ao temor de que sua tecnologia espacial seja roubada pelos rivais, além da natureza militar e secreta do programa espacial chinês. Apenas algumas exceções são permitidas quando há garantia de proteção das informações.

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O objetivo da conversa foi garantir a segurança das naves que os países enviaram ao local no ano passado. Os Emirados Árabes também lançaram uma missão ao chamado planeta vermelho na mesma época. “Para garantir a segurança das missões, a Nasa está coordenando com os Emirados Árabes Unidos, a Agência Espacial Europeia (ESA), a Organização de Pesquisa Espacial da Índia (ISRO) e a CNSA, todos com espaçonaves em órbita de Marte, a troca de informações”, disse a agência norte-americana em um comunicado oficial.

Ilustração imagina o primeiro voo do helicóptero Ingenuity na superfície de Marte
Imagem das missões em solo no planeta vermelho.
Crédito: Nasa.

As missões em Marte são: a Tianwen-1, da China; a Hope, dos Emirados Árabes; e a Mars 2020, da Nasa, com o rover Perseverance explorando a cratera marciana Jezero, de 40 km de diâmetro e 500 m de profundidade. Este é o local com mais chances de se encontrar evidências de vida em Marte, e o Perseverance é equipado para detectá-las. O rover Curiosity, que a Nasa lançou em 2011, também está em operação, só que na cratera Gale.

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A nave chinesa que está no planeta vermelho é composta por um orbitador que está girando em torno do Planeta, captando imagens de alta definição, além de um módulo para pouso e um rover que deve aterrissar em maio, na região chamada de Utopia Planitia, a maior cratera de impacto do Sistema Solar, com diâmetro de 3.300 km. Ele não é preparado para coletar amostras ou detectar vidas, mas vai obter informações como camadas geológicas, depósitos de sal, evidências de gelo e lagos subterrâneos além de indicadores de atividade biológica microbiana.

A mais simples das três missões é a Hope, uma sonda em órbita para estudar a atmosfera e captar imagens de alta resolução do disco inteiro do planeta. Três instrumentos estão observando como os átomos neutros de hidrogênio e oxigênio — remanescentes da água que um dia teria sido abundante no local — escapam para o espaço. Há mais seis orbitadores em operação: Mars Odyssey, MAVEN e Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa; Mars Express e ExoMars Trace Gas Orbiter, da ESA (a agência espacial europeia); e Mars Orbiter Mission, da ISRO (Índia). Outros oito mais antigos dos Estados Unidos e da Rússia que perderam comunicação com a Terra continuam lá como lixo espacial.

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Alguns dados orbitais foram solicitados à China para calcular os riscos de colisão. A Administração Espacial Nacional da China afirmou nesta quarta-feira (31) que participou de uma série de “reuniões e comunicações de trabalho entre janeiro e março de 2021 com a Nasa”, a agência espacial norte-americana. O objetivo seria “trocar dados de efemérides para assegurar a segurança de voo das naves em Marte”.

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