Cão-robô Spot fica sem bateria durante treinamento de combate

Rafael Rigues08/04/2021 13h05, atualizada em 26/06/2025 13h19
Robô Spot, da Boston Dynamics, durante exercício de combate na academia militar de Saint-Cyr, na França
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Alunos da escola militar francesa Saint-Cyr realizaram recentemente um exercício para avaliar a eficácia de cinco modelos de robôs durante um combate. Entre eles estava o Spot, o famoso cão-robô produzido pela Boston Dynamics.

Os robôs foram testados em três cenários diferentes: uma manobra ofensiva em uma encruzilhada, uma manobra defensiva, tanto durante o dia quando à noite e em um cenário de combate urbano. Todos foram realizados duas vezes, uma com os robôs e outra sem.

Um dos estudantes afirmou que o Spot tem seu valor: “Fui morto durante o exercício de combate urbano sem robôs, mas não no que os robôs fizeram o reconhecimento”, disse. Entretanto, nem tudo são flores: “o Spot ficou sem bateria no meio do combate”, completou.

O robô foi fornecido ao exército francês por uma empresa chamada Shark Robotics, aparentemente sem o conhecimento da Boston Dynamics. A empresa proíbe que ele seja usado para carregar ou disparar armas, mas isso não exclui totalmente o uso militar.

“Acreditamos que as Forças Armadas, no contexto de usar robôs para tirar pessoas do perigo, fazem um uso perfeitamente válido da tecnologia”, disse Michael Perry, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Boston Dynamics.

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Mas os militares podem nem precisar do consentimento da Boston Dynamics, já que ela não é a única empresa de olho em contratos potencialmente milionários.

Nos EUA, a Ghost Robotics desenvolveu o Vision 60, que apesar da semelhança física com o Spot foi projetado especificamente para uso militar, em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento.

Soldado posa com o Vision 60 na base aérea de Nellis, nos EUA. Imagem: Exército dos EUA / Ghost Robotics

Classificados pelos militares como Q-UGVs (Quadrupedal Unmanned Ground Vehicle, Veículo Quadrúpede Terrestre Não-Tripulado), os robôs têm um design modular, com componentes que podem ser substituídos mesmo no campo de batalha em questão de minutos. Eles já estão sendo usados para patrulhar a base aérea de Nellis, em Nevada.

A Ghost Robotics licencia o design do robô, que pode ser personalizado pelo cliente. “Nossos parceiros estratégicos podem construir Q-UGVs adequados para quase qualquer uso, escolhendo sensores, rádios e até mesmo o tamanho do robô para atender a requisitos específicos”, diz a fabricante.

Fonte: Business Insider

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital