Paleontólogos publicaram na revista Science um estudo que afirma que 2,5 bilhões de Tiranossauros viveram na Terra na era dos dinossauros.
“O projeto começou como uma brincadeira, de certa forma. Quando seguro um fóssil em minhas mãos, não posso deixar de me perguntar sobre a improbabilidade de que esta mesma besta estivesse viva há milhões de anos, e aqui estou eu segurando parte de seu esqueleto – parece tão improvável. A questão não parava de surgir na minha cabeça, ‘Quão improvável é isso? É um em mil, um em um milhão, um em um bilhão?’ E então comecei a perceber que talvez possamos realmente estimar quantos estavam vivos e, portanto, que eu poderia responder a essa pergunta”, disse Charles Marshall, diretor do Museu de Paleontologia da Universidade da Califórnia, da Cátedra Philip Sandford Boone de Paleontologia e professor de biologia integrativa e da ciência terrestre e planetária da UC Berkeley.
George Gaylord Simpson, um dos paleontólogos mais influentes do século passado, afirmava que não era possível computar a população de animais extintos. “Como Simpson observou, é muito difícil fazer estimativas quantitativas com o registro fóssil. Em nosso estudo, nos concentramos no desenvolvimento de restrições robustas nas variáveis de que precisávamos para fazer nossos cálculos, em vez de nos concentrarmos em fazer as melhores estimativas, por si só”, explicou Marshall.

O quão quente era o T-Rex, por exemplo, influencia nestes números. Por isso Marshall e sua equipe usaram a simulação de computador de Monte Carlo no estudo que se baseia em dados publicados por John Damuth, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, que relaciona a massa corporal à densidade populacional de animais vivos, uma relação conhecida como Lei de Damuth.
Embora a relação seja forte, alertou Charles Marshall, as diferenças ecológicas resultam em grandes variações nas densidades populacionais para animais com a mesma fisiologia e nicho ecológico: “Nossos cálculos dependem dessa relação para animais vivos entre sua massa corporal e sua densidade populacional, mas a incerteza na relação se estende por cerca de duas ordens de magnitude. Surpreendentemente, então, a incerteza em nossas estimativas é dominada por esta variabilidade ecológica e não pela incerteza nos dados paleontológicos que usamos”.
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Um Tiranossauro para cada 100 quilômetros quadrados
Segundo cientistas da UC Berkeley, cada geração de T-Rex durou cerca de 19 anos e a densidade populacional média era de cerca de um Tiranossauro para cada 100 quilômetros quadrados. Ou seja, ao longo de um total de cerca de 127 mil gerações que a espécie viveu, em média com uma população de 20 mil indivíduos, 2,5 bilhões Tiranossauros habitaram o planeta Terra.
“Existem cerca de 32 T-Rex pós-juvenis relativamente bem preservados em museus públicos hoje. De todos os adultos pós-juvenis que já viveram, isso significa que temos cerca de um em 80 milhões deles”, concluiu Marshall.
Fonte: PHYS
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