Uma outra epidemia de coronavírus ocorreu no leste da Ásia há cerca de 25 mil anos e atingiu em cheio os ancestrais dos atuais asiáticos. As informações são de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Arizona, em Tucson. 

A descoberta foi relatada no último dia 8 de abril durante o encontro anual da Associação Americana de Antropólogos Físicos, que aconteceu de maneira remota em 2021. Para chegar a esses resultados, a equipe analisou o DNA de mais de 2000 pessoas, nas amostras, notaram mudanças genéticas em resposta a essa epidemia persistente. 

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Essas alterações se acumularam durante pelo menos 20 mil anos ou mais. Por conta disso, os cientistas acreditam que algumas pessoas do leste asiático herdaram adaptações biológicas aos patógenos da família dos coronavírus ou de outras linhagens relacionadas. 

Auxílio em tratamentos modernos

Pesquisadores usarão os dados para tentar desenvolver antivirais mais eficientes. Créditos: Shutterstock
Pesquisadores usarão os dados para tentar desenvolver antivirais mais eficientes. Créditos: Shutterstock

Essa descoberta abre caminho para explorar como genes ligados a epidemias virais antigas podem contribuir em surtos de doenças modernas, como a pandemia da Covid-19. Além disso, eles também podem dar algumas pistas para que os pesquisadores busquem drogas antivirais melhores que as disponíveis hoje. 

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O grupo capitaneado pelo geneticista evolucionista David Enard consultou um banco de dados público com o DNA de 2504 indivíduos de 16 populações ancestrais de 26 grupos étnicos diferentes dos cinco continentes. A equipe se concentrou em 420 proteínas conhecidas por interagirem com os coronavírus, sendo que 332 deles interagem com o Sars-Cov-2, que é o vírus da Covid-19. 

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Tais interações podem variar em suas capacidades, indo desde a estimulação de respostas imunológicas mais eficientes, até a facilitação do sequestro de uma célula pelo vírus. A produção aumentada dessas proteínas é um sinal de exposições anteriores e apareceu apenas nos asiáticos. Enard rastreou as respostas virais de 42 dessas proteínas até em torno de 25 mil anos atrás. 

Dessas 42 proteínas, 21 interagem diretamente com uma ampla gama de vírus, não só os coronavírus, o que sugere que um vírus desconhecido por nós pode ter explorado proteínas semelhantes às usadas pelo Sars-Cov-2 para se reproduzir, o que pode ter gerado uma epidemia no tempo das cavernas. 

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Essas descobertas podem levar a crer que os asiáticos orientais foram expostos aos coronavírus por muito tempo e podem estar mais adaptados geneticamente aos vírus dessa família. Porém, além da questão genética, existem outras questões que ainda precisam ser estudadas na relação dos humanos com esses patógenos. 

Com informações do Science News

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