Quanta, fornecedora da Apple, nega impacto de ameaças de cibercriminosos

Um grupo de cibercriminosos russos tenta extorquir US$ 50 milhões da Quanta Computer, empresa que fornece para a Apple
Por Karoline Albuquerque, editado por Lyncon Pradella 21/04/2021 19h53
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Imagem: Armand Valendez/Pexels
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Após ser extorquida por um grupo de cibercriminosos, a Quanta Computer, uma das maiores fabricantes de notebooks no mundo, afirmou nesta quarta-feira (21) que não sofrerá impacto com as ameaças. A gangue REvil diz ter roubado “esquemáticos confidenciais” de aparelhos produzidos pela empresa e “gigabytes de dados pessoais”.

A empresa taiwanesa é parceira da Apple na produção de dispositivos como os MacBook Air, MacBook Pro e Apple Watch. A Quanta se recusou a se comunicar com os cibercriminosos, que passaram então a extorquir diretamente a Apple. À Reuters, a companhia afirmou que está colaborando com a polícia e autoridades de proteção de dados.

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O grupo de hackers russos publicou cerca de uma dúzia de esquemáticos e diagramas de componentes dos MacBooks em seu site na Dark Web para provar as afirmações. Como “resgate”, o REvil exige US$ 50 milhões da Quanta até o dia 27 de abril ou US$ 100 milhões depois dessa data.

Ameaça à Quanta deixada na página para o pagamento de resgate. Imagem: Bleeping Computer
Ameaça à Quanta deixada na página para o pagamento de resgate. Imagem: Bleeping Computer

O REvil “sugeriu” que a Quanta compre de volta as informações até o dia 1º de maio e ainda insinuou que negocia a venda delas a “várias grandes marcas”. O grupo disse ainda que “esquemáticos de todos os dispositivos da Apple” e “dados pessoais de funcionários e clientes” da Quanta serão divulgados após a venda.

O grupo russo de hackers usa uma tática conhecida como “ransomware”, palavra derivada de “ransom”, resgate em inglês. Há duas formas de ação, entre elas a criptografia de dados nos computadores da vítima. Através disso, os cibercriminosos ameaçam excluí-los caso o usuário não pague por uma chave de recuperação.  

A outra forma de extorquir as vítimas é com o roubo de informações confidenciais, como registros financeiros, documentos internos e informações sobre futuros produtos. O grupo ameaça divulgá-los abertamente na internet, ou vendê-los a concorrentes inescrupulosos, se não receber o valor pedido.

Recentemente, o REvil invadiu sistemas da Acer e exigiu o pagamento de um resgate de US$ 50 milhões para não divulgar documentos confidenciais da empresa. O valor, igual ao solicitado à Quanta, é o maior já exigido pelos hackers. Antes, eles já haviam cobrado US$ 30 milhões da rede de supermercados asiática Dairy Farm.

Via: Reuters

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.