O Twitter vai comprar o Scroll, uma plataforma de assinatura que cobra US$ 5 (R$ 27,27 na conversão direta) para remover anúncios de diversos sites com os quais mantém parceria, segundo informações divulgadas por ambas as empresas. A ideia é posicionar a nova aquisição junto ao serviço de newsletter Revue (que o Twitter comprou em janeiro deste ano) e outros serviços criados “dentro de casa” em um novo guarda-chuva de recursos pagos da rede social.

O Scroll usa um método diferente para barrar anúncios: basicamente, ele manipula cookies de terceiros, fazendo-os entenderem que anúncios não devem ser servidos a você. Pense nisso como uma espécie de “hack”, mas um que sites de notícias e plataformas de publicidade digital são permissivos, já que o Scroll repassa uma parte do valor de sua assinatura a eles.

GIF mostrando o funcionamento da plataforma de assinatura Scroll, que remove anúncios de sites que você visita. Recentemente comprado pelo Twitter, o Scroll cobra uma assinatura para "limpar" a sua navegação de publicidades digitais
Exemplo de funcionamento do Scroll: por um valor de assinatura, ele remove anúncios de sites que você visitar. Imagem: Scroll/Divulgação

Entretanto, o acordo firmado entre as duas empresas começa com uma certa confusão: considerando que o Scroll sempre funcionou por assinatura e o Twitter buscar anexá-lo a uma plataforma de assinatura futura, a aquisição, ao menos neste momento, impede que o Scroll aceite novas assinaturas.

É bem provável que este seja o caso, ao menos temporariamente, enquanto o Twitter “arruma a casa” para incorporar o Scroll, mas ao menos os assinantes atuais não terão seus serviços paralisados.

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O mesmo, contudo, não pode ser dito do Nuzzel. Esta é uma plataforma do Scroll que envia, diariamente, um e-mail com todas as principais manchetes compartilhadas por usuários do Twitter. Em outras palavras, uma ferramenta de newsletter, mas voltada aos usuários da rede social de microblogs ao invés das manchetes que encabeçam jornais, revistas e sites.

O serviço será permanentemente paralisado em 6 de maio, com suas funções sendo gradualmente absorvidas pelo Twitter.

Segundo o CEO do Scroll, Tony Haile, “a ambição do Twitter é maior do que muitos suspeitam”. Já Mike Park, vice-presidente de produtos do Twitter, deu a entender que o Scroll e outros serviços serão integrados a uma plataforma nova de assinatura, que pagará determinados valores aos autores das newsletters disparadas pelo Revue.

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“Para tanto, nós planejamos incluir o Scroll como parte de uma oferta de assinatura que estamos explorando”, disse Park. “Como um assinante do Twitter, pense nisso como um acesso a funções premium, onde você poderá facilmente ler artigos de seus canais jornalísticos favoritos ou então uma newsletter de algum autor do Revue, com uma parte de sua assinatura sendo direcionada aos publishers e autores que criam tais conteúdos”.

No jargão jornalístico, o “publisher” é a pessoa ou empresa que controla as propriedades de um veículo de notícias. Ao que tudo indica, o Twitter parece estar apostando em sua posição central como via de pesquisa para muitos jornalistas. A rede social é amplamente utilizada por profissionais do setor para a veiculação de matérias, pesquisa de fontes e diversas outras funções atribuídas à profissão.

Os detalhes dessa nova plataforma de assinatura do Twitter, porém, ainda são meio obscuros: quanto vai custar? Será integrada à plataforma do Twitter ou contará com um ou mais apps dedicados? Como será o repasse dos valores aos criadores de conteúdo? Isso tudo a rede ainda não respondeu.