A maioria dos smartphones atualmente à venda no mercado tem algum tipo de sistema de autenticação biométrica, como um leitor de impressões digitais. Além de muito prática, já que substitui uma senha ou padrão por um toque do dedo sobre o sensor, essa tecnologia também é mais segura, já que é mais difícil (porém não impossível) enganar o sensor com uma impressão digital falsa do que adivinhar uma senha.

Mas o que aconteceria se você tentasse usar um dedo amputado para desbloquear um smartphone? Foi o que Kieran Higgins, um aposentado que vive em uma região rural da Espanha, resolveu descobrir.

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O homem teve a ponta do indicador direito amputada em um acidente com um guindaste, e após ser tratado em um hospital resolveu guardar o dígito por precaução, caso sua seguradora se recusasse a pagar sua apólice contra acidentes pessoais.

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O dedo foi guardado em um frasco com álcool, até que duas semanas depois Higgins resolveu “experimentar” e ver se seria reconhecido por seu smartphone, um Samsung Galaxy A20.

Após secá-lo, o homem colocou o dedo amputado sobre o sensor e… o celular o reconheceu imediatamente. Em respeito aos leitores mais sensíveis, vamos poupá-los desta cena.

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O bizarro experimento foi repetido ao vivo em uma videochamada com a equipe do site The Register, a quem o homem contou sua história. E por mais estranho que pareça, segundo um especialista não houve falha do sensor ou do smartphone.

Lucas Francese, Diretor de Dispositivos Biométricos na fabricante francesa Thales, afirma que “neste caso não há problema técnico. O dedo cadastrado no sistema daquele smartphone em específico foi o mesmo usado durante a autenticação, então o sistema funcionou corretamente”.

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Impressão digital de um homem de terno sendo digitalizada
Precisão de um sensor de impressões digitais pode variar de acordo com a tecnologia usada. Imagem: Shutterstock

Francese afirma que há medidas para diferenciar um dedo “real” de uma cópia feita de gelatina ou borracha, por exemplo, mas que entre os aparelhos disponíveis ao consumidor não há como diferenciar um dedo “vivo” de um morto, já que ambos interagem com o campo elétrico do sensor da mesma forma. 

Não é a primeira vez que dedos mortos conseguem desbloquear um smartphone. Já em 2018 policiais de Nova York e Ohio, entre outros estados nos EUA, estavam visitando necrotérios e casas funerais para desbloquear os smartphones de criminosos, vítimas e suspeitos em busca de mais informações.

Segundo a revista Forbes, a prática não representa nenhum tipo de violação de privacidade, já que as leis norte-americanas entendem que não há interesse privado em corpos mortos, e não é necessário um mandato para colher impressões digitais ou amostras de DNA de um suspeito.

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