Uma colisão entre dois aviões na região de Denver, no estado americano do Colorado, milagrosamente não deixou nenhum ferido. Um dos pilotos, inclusive, chegou a pedir para que o controle de tráfego permitisse um pouso de emergência por conta de falhas mecânicas. Só após estar no solo que ele foi perceber que a aeronave estava partida ao meio. 

De acordo com o Conselho Nacional de Segurança em Transporte (NTSB) e o Corpo de Bombeiros de Denver, os dois aviões estavam se preparando para pousar em um pequeno aeroporto regional no subúrbio da cidade na última quarta-feira (12) quando acabaram colidindo. As informações são da agência de notícias Associated Press.

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O piloto que solicitou o pouso de emergência era o único tripulante a bordo de um avião bimotor modelo Fairchild Metroliner, que operava transportando cargas. A aeronave, que sofreu grandes danos em sua cauda, é de propriedade da companhia Key Lime Air, que tem sede no estado do Colorado. 

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“Parece que o motor certo falhou, então vou continuar meu pouso aqui”, disse o piloto em conversa com o controle de tráfego aéreo. Especialistas em aviação disseram que a ausência de vítimas se deu por conta de uma combinação de sorte e tecnologia de ponta empregada em aeronaves. 

“É muito raro para mim ser capaz de dizer ‘no ar’ e ‘sem fatalidades’ na mesma frase”, disse Joseph LoRusso, advogado da aviação de Broomfield, Colorado e piloto comercialmente qualificado à AP. O local do dano também foi essencial para a baixa gravidade do acidente. 

“Se fosse a cabine de comando: Resultado ruim. As asas: mau resultado. A cauda: resultado ruim. Aconteceu no lugar perfeito para o piloto descer”, disse Anthony Brickhouse, professor associado de aeroespacial e segurança ocupacional da Embry-Riddle Aeronautical University, na Flórida. 

Paraquedas salvou vida do segundo piloto 

O segundo avião era um monomotor Cirrus SR22, que foi alugado pela Independence Aviation a um piloto que não foi identificado. Contudo, dá a entender que era experiente, uma vez que usou um sistema chamado Cirrus Airframe Parachute, que tem a função de retardar a descida do avião após uma colisão. 

Segundo o professor Brickhouse, o sistema fez exatamente aquilo que deveria fazer, que é permitir que a aeronave caia de maneira controlada. Segundo o docente, esse sistema, que é fabricado pela empresa BRS Aerospace, da Caroline do Norte, já salvou pelo menos algumas centenas de vidas desde que foi implementado.

Local que o primeiro avião foi atingido foi primordial para a ausência de gravidade do acidente. Crédito: CBS Denver via AP

De acordo com o xerife do condado de Arapahoe, John Bartmann, o avião Cirrus tinha um piloto e um passageiro a bordo quando o piloto lançou um paraquedas vermelho e branco antes de pousar em um campo perto de casas no Parque Estadual Cherry Creek. 

“Cada um desses pilotos precisa comprar um bilhete de loteria agora mesmo”, disse Bartmann. “Não me lembro de nada assim, especialmente de todo mundo indo embora. Quero dizer, essa é a parte incrível disso”, completou o xerife. Agora, as autoridades do NTSB trabalham na investigação de como os aviões colidiram, mas o relatório de investigação só deve ficar pronto entre 12 e 18 meses. 

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