Novo sistema de CAPTCHA força você a jogar Doom para provar que é humano

Miquel Campos Orteza, baseado na Espanha, compartilhou sua criação - baseada no jogo inventado por John Romero - no GitHub
Rafael Arbulu26/05/2021 13h26
Imagem mostra o pôster original do jogo
(Imagem: Bethesda Softworks/Divulgação)
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Um desenvolvedor independente criou um sistema de CAPTCHA consistindo de uma partida enxuta do jogo “Doom”, que você deve participar para provar que é um ser humano. Miquel Campos Orteza, que vive na Espanha, compartilhou a sua criação em seu perfil no GitHub. A invenção não tem muito segredo: basicamente, ela se resume a apontar e atirar, com a parte estética imitando o icônico jogo criado por John Romero em dezembro de 1993.

Os mais técnicos vão pensar que isso não é seguro, o que derrota o propósito de um sistema de CAPTCHA, mas se olharmos pela ótica da diversão, jogar um pouco de Doom é mais divertido do que, digamos, clicar em imagens de palmeiras, trens ou semáforos.

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Sistema de identificação de usuário tira inspiração do jogo “Doom” para tornar o processo mais divertido. Imagem: Miquel Campos Orteza, via GitHub

Para os não iniciados na terminologia de internet, um sistema de CAPTCHA é uma forma de verificar a autenticidade de um usuário antes de acessar uma determinada página na rede. Ele vem em vários formatos, desde a caixinha selecionável dizendo “Eu não sou um robô”, até versões mais trabalhosas, como “Clique apenas nas imagens que mostram um ônibus” e similares.

A ideia é impedir que sites na internet sejam acessados por robôs automatizados, confirmando que o usuário é, de fato, humano. Para isso, o sistema faz uma validação no lado do usuário (a ação pedida pela programação) e leva isso ao dono da página a ser acessada em busca de confirmação (via servidor).

Na criação de Miquel Campos Orteza, porém, o processo toma ares mais divertidos: os sprites não são animados e toda a ambientação do “jogo” é estática. Você tem uma arma e quatro monstros. Mate todos dentro do tempo disposto e você passa no teste. Demore demais, e você tem que jogar de novo.

Orteza disse que o desenvolvimento levou cerca de três dias: ideia e conceitualização na última sexta-feira (21), desenho e programação no sábado (22) e entrega e lançamento no domingo (23). Desde então, a brincadeira subiu ao primeiro lugar de rankings do GitHub e outras páginas de produtos digitais.

Ele também reconhece que a ideia é mais uma brincadeira do que algo a ser levado a sério: segundo o desenvolvedor, a validação de identidade é feita apenas no lado do usuário, sem um servidor na parte da página para confirmação. Qualquer um com um conhecimento básico de programação pode criar um sistema automatizado que “jogue” por você, e a página vai abrir do mesmo jeito.

“Eu acho que, hoje, existem projetos bem melhores do que este, mas de alguma forma, o ‘Doom Captcha’ trouxe algum grau de nostalgia e fez com que você sentisse que o projeto fosse seu”, disse Orteza em seu perfil. Ele ainda ressalta que está procurando um emprego e já criou currículos programáveis baseados em jogos como “The Legend of Zelda”, “Resident Evil” e, claro, “Doom”, a fim de mostrar suas habilidades de programação.

Se você quiser testar, basta acessar o site oficial (aviso: a música é bem alta, então verifique seu volume antes de começar para não se assustar).

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.