Obras de Michelangelo, na Capela dos Médici, em Florença, Itália, receberam um tratamento diferenciado. Os restauradores que realizaram o trabalho de renovação das estátuas de mármore utilizaram bactérias para limpar as peças, que tinham séculos de sujeira acumulada.

Além dos restauradores, a equipe de trabalho contou com cientistas e historiadores. Eles selecionaram cepas de bactérias “especializadas” para limpar as diferentes manchas presentes no mármore. Desenvolvidos em ambientes hostis, os micróbios são adaptados para comer elementos que causam problemas a humanos.

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A “ferramenta” foi utilizada após quase uma década de limpeza tradicional, que tirou boa parte das manchas. Com a Capela dos Médici fechada por causa da pandemia de coronavírus, os restauradores usaram as bactérias para realizar a parte final da faxina nas obras de Michelangelo, no outono do Hemisfério Norte.

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Os micróbios escolhidos corroem manchas sem danificar o mármore. Antes de serem usados nas peças, porém, os bichinhos microscópicos foram testados em um pedaço da pedra em um canto discreto, atrás de um altar da capela. Com um gel, os profissionais espalharam as bactérias faxineiras nas estátuas.

Além dos resíduos e cola, elas tiraram manchas de um cadáver descartado de maneira inadequada em uma tumba, em 1537. O resultado completo da restauração das estátuas, porém, só ficará disponível em junho. O jornal norte-americano New York Times conseguiu acesso e mostrou alguns dos detalhes da restauração em seu site.

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Algumas das estátuas de mármore da Capela dos Médici, antes da restauração. Imagem: Bargello Musei/Divulgação

Essa não é a primeira vez que esses seres trabalham como faxineiros, ainda mais na Itália. Por lá, os micróbios já são usados em outros esforços de conservação. Na Catedral de Milão, uma bactéria que destrói enxofre foi usada para remover crostas escuras, tendo melhor resultado do que o tratamento químico equivalente.

Uma cepa que consome poluentes já limpou afrescos danificados em uma cúpula de uma catedral em Pisa e em um cemitério perto da torre inclinada na cidade.

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Agora, outros pesquisadores mapeiam tipos de bactérias que já vivem em pinturas. Esses minúsculos seres moram nos pigmentos e podem ajudar a evitar o desgaste das obras de arte.

Via: The Verge

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