Uma equipe de cientistas escalou os Alpes para investigar a “neve de sangue” que tomou conta da cadeia montanhosa que se estende por parte da Europa. Segundo eles, a coloração rosa bem forte se dá por conta de algas coloridas que se misturam com a neve fresca para criar uma paisagem bem diferente do branco característico dessa paisagem.

A neve de sangue, que também é conhecida como neve rosa ou “neve de morango”, é uma paisagem extremamente frágil, já que, por conta de sua coloração rosada, absorve mais calor que a neve branca, o que faz com que ela derreta muito mais rápido. Esse fenômeno é potencialmente desastroso, já que pode acelerar os impactos das mudanças climáticas.

Por conta disso, uma equipe de pesquisadores europeus decidiu sequenciar o DNA que encontraram na neve rosa para descobrir o que o aumento das algas responsáveis pela mudança na coloração da neve pode significar para o ecossistema dos Alpes.

Eric Maréchael colhe uma amostra de neve rosa nos Alpes. Crédito: Grenoble University

No curto prazo, essas algas acabam por se beneficiar do derretimento acelerado da neve, uma vez que um ambiente mais quente torna seu crescimento mais fácil. Mas no longo prazo, o aumento da temperatura pode ser desastroso para essas espécies e para todo o ecossistema que depende delas para obter nutrientes.

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Muita coisa vai mudar

Em entrevista à Vice, o diretor do Laboratório de Fisiologia Vegetal e Celular da Universidade de Grenoble, na França, Eric Maréchael, disse que presenciou o desaparecimento desse ecossistema em uma velocidade assustadora. “Este ecossistema é super frágil”, declarou o professor.

Junto com sua equipe, Maréchal desejava descobrir como algas coloridas se comportam como força motriz de mudanças climáticas. Como resultado, eles conseguiram determinar quais espécies podem viver mais em locais elevados, dados que são cruciais para prever seu impacto no meio ambiente. Com base nos levantamentos, Maréchal prevê que as encostas nevadas das montanhas desaparecerão em um futuro próximo.

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“Este também é um momento fascinante para um pesquisador, porque você também verá o novo mundo chegando”, declarou o pesquisador à Vice. “Não sabemos exatamente o que será. Mas sabemos que a vida vai sobreviver, então haverá novas comunidades, novos arranjos e novas estruturas organizacionais”, completou Maréchal.

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