“Sapo zumbi” e outras duas espécies são descobertas na Amazônia

Pesquisadores do Museu de Senckenberg descobriram três novas espécies do gênero “Synapturanus”, conhecido por animais com narizes afunilados
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 09/06/2021 13h08, atualizada em 10/06/2021 11h54
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Imagem: Senckenberg/Hölting
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Sim, você leu corretamente: temos um “sapo zumbi” na Amazônia. Segundo pesquisadores do Museu de História Natural de Senckenberg, na Alemanha, a região amazônica guarda três novas espécies do gênero “Synapturanus”, conhecido por seus sapos com o nariz afunilado.

Apesar da brincadeira, a definição literal da palavra não se aplica aqui: os animais referidos como “sapo zumbi” receberam esse apelido por passarem a maior parte de suas vidas enterrados (sabe, como cadáveres). Na Amazônia, eles só são percebidos pelos seus cantos de acasalamento, ouvidos durante ou logo após temporadas de chuvas pesadas.

“Isso significa que nós, herpetologistas, tivemos que cavar os animais do chão com nossas próprias mãos — normalmente, estando nós mesmos completamente encharcados”, explicou o doutor Raffael Ernst, que liderou a equipe.

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A pesquisa abrangeu as florestas tropicais amazônicas na Guiana, Guiana Francesa e a região norte do Brasil. Apesar disso, os cientistas ressaltam que a maior parte das regiões climáticas similares podem abrigar os animais do tipo – bastando apenas procurá-los: “até hoje, pouca atenção científica foi dada a este gênero”, explicou Ernst.

“Os habitats destes sapos são difíceis de serem acessados, seus tamanhos são diminutos e, além disso, eles se escondem sob a terra, com chamados que são difíceis de serem ouvidos”, afirma.

O “sapo zumbi” encontrado na Amazônia tem coloração laranja, com manchas mais claras espalhadas por um corpo de aproximadamente 40 milímetros (mm).

A descoberta das novas espécies fez com que o herpetologista pesquisasse o gênero desses animais mais a fundo: “Nós presumimos que existem seis vezes mais espécies de ‘Synapturanus’ do que pensávamos até agora. Por isso, muito trabalho ainda precisa ser feito — até mesmo porque ainda não terminamos de avaliar o status de risco da espécie devido à situação complexa de [coleta de] dados”, disse Ernst, em referência a saber qual a posição dos animais na escala que mede a possibilidade de extinção de uma espécie.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital