Cientistas da Alemanha estão criando um drone que procura você pelo seus gritos

Projeto desenvolvido pelo FKIE está em fase de testes de localização de som, e deve ser empregado na busca de vítimas de desastres
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 10/06/2021 10h36, atualizada em 10/06/2021 12h13
Drone feito de fibras de abacaxi
Imagem: Reuters/Reprodução
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Um drone que procura humanos pelos seus gritos parece algo saído de algum filme de terror independente com orçamento duvidoso, mas neste caso, é um projeto real conduzido por pesquisadores do Instituto Fraunhofer de Comunicação, Ergonomia e Processamento da Informação (FKIE), na Alemanha.

A premissa, felizmente, só assusta no nome. A aplicação do projeto, apelidado de “Ninho do Corvo”, pretende ser bem mais altruísta: a ideia é criar um drone capaz de procurar vítimas de desastres pelos gritos, sejam pessoas que acabaram presas em escombros ou não foram percebidas por equipes de resgate no solo.

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Drones especiais poderão trazer capacidade de detecção de sons para localizar vítimas de desastres, segundo pesquisadores alemães. Imagem: Josh Sorenson/Unsplash

“O nosso projeto é continuado, então ainda estamos fazendo muitos testes. Nós já tivemos sucesso em detectar e localizar sons impulsivos [gritos] com e sem inclinação e dentro da abrangência do drone”, disse a líder do projeto, Macarena Varela, em um comunicado à imprensa.

“Nós vamos testar o sistema em um drone ativo para medir sons impulsivos, e processar os dados por meio de diferentes métodos para também estimar a posição geográfica de cada som”, completa.

Em 2020, tivemos cinco terremotos de magnitude 6 ou superior, resultando na morte de aproximadamente 180 pessoas. Embora não seja possível afirmar quantos destes óbitos tenham sido de vítimas não encontradas, é de se esperar que sobreviventes presos em escombros busquem ajuda. Entretanto, como o som da voz tende a ricochetear de paredes e outras superfícies, há grandes chances de que ele pareça vir de outra direção – isso, quando são ouvidos.

A pesquisa liderada por Varela tem potencial para salvar vidas. Dentro da complexidade sonora de um desastre, um dispositivo capaz de isolar sons específicos para buscar vítimas certamente seria de grande ajuda – especialmente considerando que drones têm a capacidade de chegar em lugares que humanos não podem, ou levariam tempo demais.

O projeto “Ninho do Corvo” ainda não foi testado em voo, mas seus progressos atuais devem ser apresentados no encontro da Sociedade Acústica da América, nesta semana.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital