Um estudo desenvolvido pela Universidade de Zurique descobriu que a domesticação de vacas levou à redução do tamanho do cérebro dos bovinos. De acordo com a pesquisa, o tipo de crânio que a espécie selvagem do animal – chamada de Auroque – tinha não é mais encontrado no gado moderno. O artigo foi publicado na Proceedings of the Royal Society B.
Segundo o Medical Xpress, pesquisas anteriores já demonstravam que a domesticação de animais em forma geral levava à redução do cérebro. Cães, gatos, porcos, ovelhas e cavalos, por exemplo, têm cérebros menores do que seus ancestrais. Foi daí que surgiu o interesse por avaliar também o gado.
Para o estudo, foram analisados e medidos 317 crânios das chamadas vacas modernas e comparados com 13 crânios de Auroque encontrados ao longo dos anos.
O resultado apontou que os cérebros das vacas domesticadas eram 26% menores que os de seus ancestrais. Além disso, as que são criadas com seres humanos, tendo contato diário, registraram um tamanho ainda menor. Por outro lado, touros permanecem com o tamanho normal, chegando até a alcançar quase o tamanho de um Auroque.
De acordo com os especialistas, isso ocorre porque geralmente o gado taurino é criado longe de pessoas, para manter seu instinto de luta.
Entre as vacas, existem o gado leiteiro e o gado de corte e, segundo o estudo, entre os dois subtipos, por mais que o gado de corte tenha mais contato com os seres humanos, o gado leiteiro foi quem apontou uma redução ainda maior no cérebro.
Para os pesquisadores isso ocorre devido a criação com docilidade, já que para facilitar a ordenha de vacas é recomendado que elas sejam bem tratadas e, de certa forma, crie-se um vínculo com elas. É o oposto dos animais de corte, da indústria da carne, onde essa conexão não é recomendada.
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Gado Auroque
O gado Auroque é uma espécie primitiva considerada antecessora do gado que conhecemos hoje. Eles surgiram na Ásia e migraram para a Europa há 320 mil anos.
Devido ao tamanho extraordinário, chegaram a ser considerados os maiores mamíferos do continente com seus mais de dois metros de altura, pesando quase uma tonelada e com chifres de 1,40 metros de comprimento.
A espécie, que está extinta desde 1627, sofreu com a caça e acredita-se que o último deles – uma fêmea – tenha morrido na floresta de Jaktorowka, na Polônia.
Fonte: Medical Xpress
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