Estudo diz que cometa que atingiu a Terra deu início à civilização humana

Impacto teria ocorrido há 13 mil anos, coincidindo com períodos onde os humanos apresentaram mudanças de hábito de caça para a agricultura
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 24/06/2021 17h17, atualizada em 24/06/2021 17h42
Ilustração digital mostra um asteroide em rota de colisão com a Terra
Imagem: muratart/Shutterstock
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Um estudo publicado no jornal científico Earth-Science Reviews indica que a civilização humana “nasceu” graças ao impacto de pedaços de um cometa, ocorrido há mais ou menos 13 mil anos, em uma região que, hoje, corresponde a partes do Oriente Médio, América do Norte e Groenlândia.

De acordo com o paper publicado, pedaços se desprenderam desse cometa, atingindo a Terra e, com o impacto, gerando uma espécie de “mini era do gelo” que durou cerca de mil anos. Por causa dessa mudança súbita de clima, animais acabaram morrendo, forçando os humanos da época a mudarem da subsistência de caça para o desenvolvimento da agricultura.

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Imagem mostra um homem segurando uma porção de tomates em um campo de colheita, simbolizando a agricultura.

Novo estudo indica que ela foi inventada após um cometa se chocar com a Terra e forçar mudanças na civilização humana
A invenção da agricultura foi um ponto importante da humanidade, que até então vivia da caça e da pesca, mas um estudo indica que a mudança foi forçada pelo impacto de um cometa. Imagem: mongione/Shutterstock

Martin Sweatman, pesquisador da Universidade de Edimburgo e único autor do material, analisou vários locais de impacto espalhados pelo mundo, constatando que, em vários deles, traços de platina e nanodiamantes – ambos associados a cometas – foram encontrados.

O autor ainda afirma que pelo menos uma civilização antiga chegou a idolatrar o ponto de impacto dos fragmentos do cometa, atribuindo ao estudo também um caso de mudança cultural – por exemplo: os cultuadores enxergaram na pedra espacial um sinal de mudança de hábitos, tendo agido de acordo por uma questão de , além das mudanças impostas pela era de frio.

“Essa grande catástrofe parece ter sido eternizada em gravações nos pilares de pedra gigantes de Göbekli Tepe [Turquia], possivelmente o ‘primeiro templo’ do mundo, que é ligado à origem da civilização moderna pelo Crescente Fértil no sudoeste asiático” disse Sweatman.

“Crescente Fértil” é o nome dado à região que compreende a Palestina, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano e Chipre. Altamente irrigada pelos rios Jordão, Tigre, Eufrates e Nilo, a área é, hoje, povoada por cerca de 50 milhões de pessoas. Historicamente, é atribuída à ela a mudança de paradigma da humanidade: nela, o homem desenvolveu a agricultura, efetivamente deixando de ser um caçador nômade para viver do plantio e colheita e estabelecendo moradia fixa.

Com o estudo adicionando um cometa à equação, agora nós podemos ter uma resposta do “porque” essa mudança na civilização humana.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.