Em artigo publicado no ArXiv, pesquisadores da Universidade Cornell de Ithaca, nos Estados Unidos, apontam que os milhares de satélites Starlink previstos para serem colocados em órbita na Terra pela SpaceX tem a capacidade de identificar civilizações capazes de construir sistemas similares em outras galáxias.

O problema é que, para atingir tal feito, os satélites da empresa comandada por Elon Musk teriam de estar em pleno funcionamento e calibrados para esse propósito – algo contrário à meta da companhia, que é oferecer banda larga global via satélite.

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De acordo com os cientistas, a identificação seria possível em planetas dentro de um raio de 280 anos luz da Terra. Trata-se de uma distância compatível com cerca de mil estrelas que são semelhantes ao Sol.

Suposições científicas 

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O artigo científico chegou a tal conclusão após alguns questionamentos. Entre eles, podemos citar: caso a missão da SpaceX com a constelação Starlink seja um sucesso, quais seriam os próximos passos? E se formos mais longe, criando uma mega constelação de satélites e estações espaciais? E se uma civilização alienígena já criou uma mega constelação de satélites ao redor do seu mundo? Podemos vê-la da Terra? 

Ao refletirem sobre essas indagações, e tendo como base análises científicas, os pesquisadores perceberam que é possível que civilizações tenham construído sistemas parecidos com os que estão em desenvolvimento pela SpaceX, tendo um investimento considerável em energia e materiais.

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A identificação seria possível por meio de um estudo conhecido como escala de Kardashev. Como ele é feito? Através do nível de energia que uma civilização pode atingir. 

Nos experimentos, o tipo I seria uma em escala global, enquanto o II a energia de uma estrela. Calculando as estimativas, os pesquisadores perceberam que a Terra está em um nível 0,7 que pode ser ultrapassado por uma tecnologia que construa uma constelação de satélites como a pretendida pela Space X, ultrapassando os limites da tecnologia orbital.  

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Civilizações extraterrestres 

Para identificar satélites semelhantes seria necessário construir, lançar e manter uma estrutura com grande quantidade de energia e matéria-prima, gerando calor suficiente para detectar a energia de outras constelações. 

Artigo mostra que é bem provável identificar satélites similares ao da Starlink em ouotras galáxias utilizando o telescópio VLTI (foto). Imagem: G. Hüdepohl/ESO

A façanha poderia acontecer por meio de uma detecção de assinatura telescópica feita pelo Very Large Telescope Interferometer (VLTI), da European Southern Observatory (ESO). 

Possíveis interferências 

Um problema que pode atrapalhar a comprovação do que os pesquisadores estão investigando é exatamente a grande quantidade de satélites em órbita necessária para a conclusão do estudo. Isso porque eles podem sofrer colisões por conta da grande quantidade de metais flutuando, o que causaria uma cascata de acidentes. 

Para evitar isso, um grande projeto de engenharia deveria ser conduzido, focando na sobrevivência dos satélites. Como ainda é um estudo, tudo pode acontecer!

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