Por Sergio Nunes*

As tecnologias da informação e comunicação (TIC) dominam a maioria das discussões sobre cidades inteligentes, já que os dispositivos e sistemas que coletam, gerenciam e analisam dados são essenciais para se proporcionar benefícios sociais, econômicos e ambientas às cidades inteligentes.

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De acordo com o Statista, um dos líderes em dados de mercado e de consumidor, o investimento mundial em tecnologia para iniciativas de cidades inteligentes deve duplicar entre o período de 2018 e 2023, aumentando de US$81 bilhões para US$189,5 bilhões em 2023.

Porém, a tecnologia vai até certo ponto. Geralmente, há barreiras para se alcançar a visão de cidade inteligente. De fato, algumas dessas barreiras são de natureza técnica, mas outras são mais políticas e operacionais. Obviamente, os dados podem ser criados, mas será que eles chegam às mãos das pessoas que precisam deles?

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Para que as cidades inteligentes se adequem ao futuro é preciso ter muito mais foco na colaboração e integração, mas não apenas no sentido técnico. Em outras palavras, múltiplos serviços devem ter uma abordagem mais holística, trabalhando de maneira conjunta e com objetivos comuns. E para isso, há cinco pilares que os líderes das cidades devem considerar para transformar o conceito em realidade.

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Ao invés de apenas focar na tecnologia, os prefeitos devem entender, definir o propósito principal, os resultados desejados e ter claro em mente que: se a tecnologia limita o que se pode alcançar, então, ela não é uma solução.

Se as organizações de uma cidade, sejam elas públicas ou privadas, frequentemente compartilham o mesmo problema, as informações também devem ser compartilhadas para uma colaboração fluente e eficiente. As cidades devem integrar múltiplas fontes de dados para permitirem que todo o seu ecossistema gerencie emergências e incidentes de rotina, bem como os não planejados. Isso abre novas portas para a inovação, além de fornecer um alto nível de resiliência.

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Nesse sentido, é importante que os prefeitos e gestores públicos não apenas avaliem o que eles precisam para alcançar os seus objetivos no curto prazo, mas também no futuro. A implementação de soluções que sejam escaláveis é algo imperativo.

Mais do que nunca, a sustentabilidade agora é o foco principal das cidades inteligentes. De acordo com dados de um estudo realizado pelo McKinsey Global Institute, aplicações de última geração para cidades inteligentes poderia ajudá-las a alcançarem 70% das suas metas de desenvolvimento sustentável, contribuindo, por exemplo, para alcançarmos comunidades mais seguras e um meio ambiente mais limpo e mais sustentável. À medida que as rápidas mudanças tecnológicas chegam em conjunto com a rápida e crescente demanda dos cidadãos, as soluções para cidades inteligentes de hoje devem ser capazes de melhorar as funções das cidades de forma que sejam facilmente adaptáveis e economicamente acessíveis, ao mesmo tempo que se preocupam com o meio ambiente e outros impactos.

A proeminência das leis de proteção de dados, das estratégias de governança e preocupações éticas em relação à inteligência artificial e recursos preditivos despertam a necessidade de colaboração para se garantir a confiança e a transparência. Mas isso pode ser complicado, uma vez que diferentes organizações e departamentos podem estar sujeitos a diferentes requisitos com base na sensibilidade dos seus dados.

Nesse contexto, para se viabilizar a colaboração, pode ser adotada uma abordagem arquitetônica “neutra” para o uso de dados, de forma que eles possam ser compartilhados e que cada organização ou departamento possa manter a sua propriedade, sem qualquer centralização. Isso fornece transparência, segurança e controle, promovendo mais confiança e aceitação.

Em resumo, para reimaginar as nossas cidades inteligentes do futuro e trazer esses conceitos para a realidade, as cidades precisam adotar soluções ágeis e que as ajudem a eliminar barreiras. É preciso que essas soluções trabalhem com as atuais infraestruturas e sistemas para que possam proporcionar os melhores resultados a todo o ecossistema.

As verdadeiras cidades inteligentes são aquelas que conseguem promover a conectividade entre sistemas, a colaboração entre equipes e maior inteligência em suas operações, resultando em soluções mais sustentáveis e serviços mais eficientes aos cidadãos.

*Sergio Nunes é Vice-Presidente Sênior da divisão de Segurança, Infraestrutura e Tecnologias Geoespaciais da Hexagon na América Latina

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