De acordo com um novas informações divulgadas pela Anistia Internacional e organizações parceiras, o spyware do Android e do iPhone vendido pelo NSO Group permite ataques terroristas em vários países.

A NSO usa exploits de dia zero para desenvolver spyware para iPhone e smartphones Android, permitindo aos seus clientes ler mensagens de texto e e-mails, monitorar contatos e chamadas, rastrear locais, coletar senhas e até ligar o microfone do smartphone para gravar reuniões.

Em 2019, foi descoberto que uma ferramenta chamada Pegasus poderia coletar silenciosamente todos os dados do iCloud do telefone de um alvo. Pegasus também estaria por trás de um hack ativado por texto de iPhones pertencentes a jornalistas da Al Jazeera.

A Anistia Internacional tentou, no ano passado, bloquear as exportações do spyware, mas não obteve sucesso.

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Segundo relatório elaborado pela Bloomberg, um novo banco de dados de pesquisa de grupos de direitos humanos acusa a empresa NSO Group de fornecer tecnologia a governos para espionar dezenas de jornalistas, ativistas e advogados e alega, ainda, que o produto está ligado a atos de violência, incluindo assédio, intimidação e assassinato.

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Um banco de dados lançado no sábado pela Anistia Internacional, Citizen Lab e Arquitetura Forense documenta mais de 60 casos em que o spyware da NSO foi usado para visar dissidentes e críticos do governo de países como Ruanda, Togo, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, México, Marrocos e Índia.

O relatório é baseado em uma análise de arquivos legais, entrevistas com supostas vítimas, licenças de exportação, notícias e registros de compras.

Os grupos de direitos autorais alegam que o uso de spyware da NSO pelo governo está “consistentemente emaranhado com um espectro de violações físicas”, incluindo prisões, agressões e até assassinatos, no caso do jornalista saudita Jamal Khashoggi, cujos associados foram supostamente alvos do uso saudita de Pegasus antes de seu assassinato, em outubro de 2018.

A NSO negou que a sua tecnologia tenha sido usada para atingir Khashoggi. O grupo disse que a sua ferramenta é valiosa para prevenir o terrorismo e conter crime violento e afirma que já se recusa a vender seu spyware para 55 países e que investiga alegações de abuso.

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