Proibida de realizar atividades regulamentadas no Reino Unido, a Binance, maior bolsa de criptomoedas do mundo, parece estar ciente dos erros do passado. Em publicação feita na última terça-feira (6) no blog da companhia, Changpeng Zhao, CEO da exchange, admitiu que nem sempre fez tudo certo, indicando um tom conciliador para com as autoridades britânicas — e globais.

“A Binance cresceu muito rapidamente e nem sempre acertamos tudo, mas estamos aprendendo e melhorando a cada dia”, postou o executivo. “Esperamos esclarecer e reiterar nosso compromisso com a parceria com reguladores e que estamos contratando mais talentos de forma proativa, implementando mais sistemas e processos para proteger nossos usuários”, completou.

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O esclarecimento vem à tona após a Binance tornar-se alvo de diversos órgão reguladores. No fim do mês passado, a Autoridade de Condução Financeira (FCA, na sigla em inglês), que regula o sistema financeiro britânico, proibiu a exchange de operar no Reino Unido. Em maio, a bolsa de criptomoedas havia retirado o pedido de registro na região por não atender aos requisitos de combate à lavagem de dinheiro.

A exchange também entrou na mira de outros reguladores internacionais. A Agência de Serviços Financeiros do Japão disse que a exchange estava em operação na região sem a devida permissão — mesma acusação feita pela Comissão de Valores Mobiliários da Tailândia, que entrou com uma ação criminal. Já a Ontario Securities Commission, do Canadá, alega que a Binance não tem cumprido com as regulamentações locais.

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As restrições à exchange acompanham o cerco global feito aos criptoativos. Se por um lado a ausência de um órgão regulador centralizado dê mais liberdade para a flutuação dos preços desses ativos, por outro, implica em divergências regulatórias e problemas ligados, principalmente, à segurança dos investidores.

Logo da Binance sob a ótica de uma lupa
Órgãos internacionais acusam Binance de desrespeitar diversas normas regulatórias. Foto: Dennis Diatel/Shutterstock

Esse é um dos motivos que justificam um foco maior para a compliance (conjunto de normas legais e regulamentares) no setor. Inclusive, segundo Zhao, essas regulamentações são vistas como “essenciais para o crescimento contínuo” do setor, mas deverão ser melhor implementadas no longo prazo.

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“Quando o carro foi inventado, não havia leis de trânsito, semáforos ou mesmo cintos de segurança. Leis e diretrizes foram desenvolvidas ao longo do caminho, à medida que os carros circulavam”, afirmou o CEO da Binance.

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Novos esforços

E para acompanhar esse processo de compliance, a Binance quer contribuir positivamente. “Também reconhecemos que com o crescimento vem mais complexidade e mais responsabilidade”, disse Zhao.

Para isso, a maior bolsa de criptomoedas do mundo em volume planeja dobrar o tamanho de sua equipe de compliance internacional e conselho consultivo até o fim deste ano. A Binance também projeta expandir as parcerias de compliance para implementar novas tecnologias de controle e regulamentação, bem como reforçar os compromissos para cumprir as regras locais distintas dos países em que atua.

Contudo, toda essa trajetória rumo a mudanças regulatórias de criptoativos e exchanges exigirá um trabalho conjunto, não apenas dos players, mas também dos órgão reguladores internacionais e de mercado.

“Essa visão elevada não será possível sem o apoio e orientação de reguladores e formuladores de políticas que entendem que a inovação tem o maior impacto sustentável de longo prazo quando mesclada com estruturas para proteger todos os participantes”, pontuou o executivo da Binance. “Nós humildemente acolhemos uma orientação mais construtiva para nos ajudar a crescer melhor”, finalizou.

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