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Um estudo argentino publicado na Cell Reports Medicine revelou que uma única dose da vacina Sputnik V, da Rússia, já pode provocar “respostas significativas” de anticorpos contra o Sars-CoV-2. Segundo informações do jornal Correio Brasiliense, 94% das pessoas imunizadas com a primeira dose, após três semanas, já apresentavam anticorpos IgG contra o vírus da Covid-19, e 90% tinham evidências de anticorpos neutralizantes, que interferem na capacidade de infecção as células.
Foram analisados os efeitos de uma e duas doses da Sputnik em 289 profissionais da saúde. Três semanas após a segunda dose todos os voluntários desenvolveram anticorpos específicos para o combate do vírus no corpo, resultando em 92% de eficácia. No entanto, ao comparar a contagem após a primeira dose, a equipe descobriu que apenas uma aplicação também alcançava um nível satisfatório de proteção.
“Devido ao fornecimento limitado de vacinas e à distribuição desigual em muitas regiões do mundo, as autoridades de saúde precisam urgentemente de dados sobre a resposta imune para otimizar as estratégias de vacinação”, disse a autora sênior, Andrea Gamarnik, da Fundación Instituto Leloir-CONICET em Buenos Aires. “Os dados revisados por pares que apresentamos fornecem informações para orientar as decisões de saúde pública à luz da atual emergência global de saúde.”

Além disso, dados adicionais mostraram que pessoas que tiveram a doença e foram vacinadas, já na primeira dose alcançaram um nível de anticorpos ainda maior do que aqueles que não tiveram contato com a doença e foram vacinados com as duas doses.
“Isso destaca a resposta robusta à vacinação de indivíduos previamente infectados, sugerindo que a imunidade adquirida naturalmente pode ser aumentada o suficiente por uma única dose, de acordo com estudos recentes usando vacinas de mRNA”, afirmou Gamarnik.
Um outro estudo publicado na ACS Nano já havia apontado para a diferença de anticorpos entre pessoas imunizadas que tiveram Covid-19 e as que não se infectaram. De acordo com os dados dessa pesquisa, para quem não teve a doença é essencial tomar as duas doses para alcançar uma proteção completa.
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Outras vacinas
Em outras vacinas, os dados também apontam para um nível satisfatório de eficácia após a primeira dose. A AstraZeneca já mostrou eficácia de 76% após uma injeção, a da Moderna e Pfizer também induziram imunidade suficiente em indivíduos que já foram infectados pela doença após uma dose. Contudo, os dados se referem à cepa original da Covid-19 e não se aplicam às novas variantes.
Apesar dos dados mostrarem a eficácia necessária após a primeira dose da Sputnik V, e outras, a equipe alerta que mais estudo são necessários para avaliar não apenas o nível de anticorpos, mas a duração da resposta imune.
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