Cientistas anunciam o SuperBIT, telescópio espacial mais amigável ao meio ambiente

Projeto envolve projetar o telescópio ao espaço por meio de um balão, eliminando a necessidade de foguetes e uso de combustível
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 23/07/2021 16h46, atualizada em 26/07/2021 12h03
superbit
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Um time com cientistas de três países anunciou, na última quarta-feira (21), o SuperBIT, um novo tipo de telescópio espacial que promete funcionar de forma sustentável e menos agressiva ao meio ambiente.

Criado por pesquisadores da Universidade Princeton (EUA), Universidade de Durham (Reino Unido) e Universidade de Toronto (Canadá), o SuperBIT (sigla em inglês para “telescópio super pressurizado de imagem movido a balão”) foi apresentado formalmente no encontro Encontro Nacional da Academia Real de Astronomia.

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Imagem mostra os preparativos do último voo de testes do SuperBIT, o telescópio espacial que entra em atividade em 2022, sendo mais econômico e amigável ao meio ambiente
O SuperBIT, em preparativos técnicos de seu último voo de testes. Telescópio espacial mais ecológico deve voar de forma oficial em abril de 2022. Imagem: Universidade de Toronto/Divulgação

“As novas tecnologias de balão tornam as visitas ao espaço mais fáceis, baratas e amigáveis ao meio ambiente”, disse Mohamed Shaaban, estudante de doutorado da Universidade de Toronto, pouco antes de detalhar as informações mais técnicas do projeto.

Segundo Shaaban, o SuperBIT é um telescópio espacial cujo balão é do tamanho de um estádio de futebol americano, com volume de 532 mil metros cúbicos (m³), com força suficiente para carregar um telescópio espacial até 40 quilômetros (km) para cima – basicamente, o limite da estratosfera da Terra.

Essa altura tão específica não é mencionada à toa: por mais importante que a nossa atmosfera nos seja, ela atrapalha observações espaciais feitas daqui do chão. Diversos tipos de interferência podem reduzir a qualidade de imagens produzidas por telescópios do tipo.

Imagem mostra voo de testes do telescópio espacial SuperBIT
O telescópio SuperBIT, na ponta do cabeamento que sai de um balão de hélio do tamanho de um estádio. Imagem: Universidade de Toronto/Divulgação

Ao alcançar a nossa estratosfera, o SuperBIT consegue produzir imagens com maior resolução, e os detalhes provenientes disso darão maior precisão aos estudos feitos a partir delas. E com o aspecto “super pressurizado” do nome, o telescópio espacial consegue, graças ao balão, ficar lá em cima por meses ao invés de dias, como se vê em balões de hélio mais comuns.

Mais além, o telescópio pode ser reparado e atualizado mais facilmente, considerando que ele retorna à Terra com certa frequência. Isso faz com que o projeto não fique preso a componentes específicos por vários anos, nem corra o risco de se tornar obsoleto.

Finalmente, o primeiro voo oficial do SuperBIT está previsto para abril de 2022, no qual o telescópio espacial estará equipado com um espelho de meio metro de diâmetro, mas seu design deve comportar o uso de espelhos três vezes maiores no futuro. Segundo a equipe, ele deve produzir imagens “melhores que as do Hubble”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital