SpaceX quer usar lasers para melhorar qualidade de conexão da Starlink

Internet via satélite da empresa está em testes, e prevê o lançamento de satélites com tecnologia laser para transferência de dados
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 29/07/2021 11h45, atualizada em 02/08/2021 09h35
Imagem mostra a tela de um celular com a logomarca da Starlink em sua tela
Imagem: rafapress/Shutterstock
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O serviço de internet via satélite Starlink, oferecido pela SpaceX de Elon Musk, deve começar logo testes de transferência de dados por meio de tecnologia laser, segundo um e-mail que vem sendo enviado pela empresa a seus assinantes, relacionando atualizações que o serviço vai receber.

A ideia é reduzir a latência da plataforma, tornando-a mais veloz. Segundo a newsletter, novos satélites com tecnologia laser devem melhorar a qualidade da conexão do Starlink, aproximando-se de uma ambição que Musk havia manifestado durante a MWC 2021: reduzir essa latência para menos que 20 milissegundos — tempo menor que em uma conexão cabeada via fibra óptica ou no 5G.

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A tecnologia de lasers serão inauguradas para melhorar a conexão de internet dos satélites da Starlink
Satélites da Starlink, serviço de internet da SpaceX, passarão a usar tecnologia laser para reduzir latência e melhorar a qualidade de conexão de seus usuários. Imagem: AleksandrMorrisovich/Shutterstock

Atualmente, transferências de dados entre satélites necessitam da comunicação entre o satélite de origem com uma estrutura no solo, e dessa estrutura de volta para o satélite de destino antes do sinal ser distribuído aos usuários. Com a atualização, essa parte mais demorada do processo de conexão deve ser amplamente acelerada.

Outro ponto interessante do uso da tecnologia de lasers para a conexão de internet da Starlink, é o fato de que esse sistema poderá promover a troca de satélites de comunicação de forma mais veloz e fluída. Entretanto, não há uma estimativa de prazo para que ela seja colocada em prática.

Os satélites da plataforma são geoestacionários, ou seja, eles acompanham o movimento de rotação da Terra. Se por alguma razão a qualidade do sinal for reduzida (por alguma interferência de sinal, por exemplo), o próprio serviço poderá mudar a conexão de um usuário para outro satélite com sinal melhor, mantendo-a estável e sem atrasos ou gargalos. Atualmente, a SpaceX já posicionou 1.737 satélites Starlink na órbita terrestre.

Outro anúncio feito na newsletter é uma atualização de software que antecipa melhorias na gestão do aumento súbito de temperaturas: devido ao clima imprevisível dos Estados Unidos, alguns usuários vinham relatando quedas de serviço à medida que o calor aumentava — incorrendo à mensagem de erro “Desligamento por temperatura” (“Thermal Shutdown”, em inglês). Essa mudança deve ocorrer nas próximas semanas.

Finalmente, o aplicativo dedicado da plataforma Starlink também ganhará uma atualização, inaugurando novas opções de segurança graças à adoção do protocolo WPA3, que garante criptografia mais eficaz; a capacidade de alterar nomes e senhas de sua conexão; e a habilidade de separar as faixas de 2.4GHz e 5GHz — anteriormente, era oferecida apenas uma conexão dinâmica, e o sistema fazia essa separação em segundo plano, sem ação pelo usuário (a não ser que eles usassem um roteador wi-fi próprio com essa capacidade). Esta última também não tem um prazo definido para chegar.

Hoje, o serviço Starlink está disponível em beta público em 11 países (EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Nova Zelândia, Austrália, França, Áustria, Holanda, Bélgica e Dinamarca); testes fechados em dois (Irlanda e Chile); e finalmente, em fase de planejamento para o México em outubro de 2021.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital