Usuários do serviço de internet da Starlink podem passar a pagar menos pelo acesso. De acordo com o CEO da SpaceX, Elon Musk, a empresa está tentando reduzir pela metade o preço de seu terminal de usuário, que atualmente custa US$500 (o equivalente a R$2.525,00, na cotação de hoje). Não foi mencionado se a mensalidade de US$99 (cerca de R$500,00) também pode baixar.

Musk afirma que a empresa está perdendo dinheiro utilizando os equipamentos atuais. “Estamos perdendo dinheiro nesse terminal agora. Esse terminal nos custa mais de US$ 1.000”, disse o bilionário durante uma sessão de perguntas e respostas do Mobile World Congress, nesta terça-feira (29). Abaixo, o vídeo da entrevista, feito pela Cnet.

“Obviamente, estamos subsidiando o custo do terminal. Então, estamos trabalhando em terminais de última geração que fornecem quase o mesmo nível de capacidade, mas custam muito menos”.

Musk não forneceu um cronograma específico para reduzir o preço do terminal. Espera-se que o próximo terminal seja mais tolerante ao calor: as antenas Starlink atuais entram em “desligamento térmico” assim que atingem 50°C. 

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Um cliente do Arizona, por exemplo, chegou a perder o serviço de Internet por sete horas quando sua antena atingiu esse limite.  Outras interrupções mais curtas já foram relatadas por outros usuários.

Musk reformulou alguns planos da Starlink que já haviam se tornado públicos, como a expectativa da empresa de reduzir a latência para menos de 20 ms. 

Starlink tem mais de 1.500 satélites em órbita baixa da Terra fornecendo serviço de dados com largura de banda combinada de 30 Tbps. Imagem: AleksandrMorrisovich – Shutterstock

Ele também apresentou uma atualização sobre o número atual de usuários e o número de usuários esperados no próximo ano. “Recentemente, ultrapassamos o número estrategicamente notável de 69.420 usuários ativos”, disse. “Estamos a caminho de ter algumas centenas de milhares de usuários, possivelmente mais de 500 mil, em 12 meses”.

Milhões de clientes domésticos de internet podem ser conquistados pela Starlink nos EUA.  A empresa tem um pedido pendente junto à Comissão Federal de Comunicações para permitir a implantação de até 5 milhões de terminais de usuário no país.

Segundo Musk, a Starlink está hoje em cerca de 12 países, “e mais [estão] sendo adicionados a cada mês”.

Até agora, a Starlink tem mais de 1.500 satélites em órbita baixa da Terra fornecendo serviço de dados com largura de banda combinada de 30 Tbps. “A partir de agosto, devemos ter conectividade global em todos os lugares, exceto nos pólos”, disse Musk.

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Musk disse que não vê o serviço da Starlink como um substituto para os serviços de banda larga fixa tradicionais. “Você pode pensar no Starlink como preenchendo as lacunas entre 5G e fibra, e realmente alcançando os 3% mais difíceis de alcançar, possivelmente 5% [dos usuários de Internet]”, disse ele. “Complementa muito bem a fibra e o 5G”, garante.

A SpaceX pede que os usuários tenham paciência com  “breves períodos de nenhuma conectividade” durante o período beta. Essas interrupções provavelmente se tornarão menos frequentes à medida que mais satélites forem lançados, e o serviço entrar em disponibilidade comercial não beta, embora a necessidade de uma linha de visão para os satélites continue a tornar o Starlink menos confiável do que os cabos de fibra.

Musk elogiou a tecnologia de phase-array da Starlink, dizendo: “Até onde sabemos, é o sistema de phase-array mais avançado do mundo, então isso é muito legal”.

Por causa desta tecnologia, usada nos satélites e terminais terrestres, “você pode mudar de um satélite que está se movendo rapidamente para outro e fazer isso em questão de microssegundos”, disse Musk.

“Você não pode dizer quando o sistema está mudando de um satélite para outro. Não há mudança na latência ou jitter de um satélite para outro, e um único satélite pode iluminar muitos pontos de células de usuário diferentes no solo”.

Ainda assim, a Starlink não pode fornecer capacidade suficiente para atender a um grande número de clientes em áreas de alta densidade. Musk já afirmou isso várias vezes, e reforçou na entrevista: “Estamos bem adequados para áreas de baixa e média densidade, mas não áreas de alta densidade. Em áreas de alta densidade, seremos capazes de atender a um número limitado de clientes”.

Musk também disse recentemente que, embora o Starlink deva ser capaz de fornecer serviço a todas as 500 mil pessoas que o contrataram, chegar a vários milhões de usuários será “um desafio maior”.

Ainda não se sabe quando o Starlink vai sair da versão beta, mas a SpaceX já afirmou que vai atender a todos os pedidos já feitos a partir do segundo semestre de 2021.

Fonte: Ars-technica

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