TSMC anuncia litografia de 2 nanômetros e rouba atenção da Intel

Intel havia anunciado que chegaria ao padrão anunciado em quatro anos, apenas para gigante asiática prometer produção já em 2023
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 29/07/2021 15h15, atualizada em 02/08/2021 09h30
Imagem mostra o logotipo da fabricante taiwanesa de processadores, TSMC, ao fundo, com uma pinça segurando um chip semicondutor à frente
Imagem: Ascannio/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A fabricante de chips taiwanesa TSMC anunciou, para 2023, o início da produção de componentes com litografia de 2 nanômetros (nm) — um dia depois de a Intel prometer que chegaria — e superaria — à marca da gigante asiática nos próximos quatro anos.

Segundo o anúncio feito pela empresa, o governo de Taiwan concedeu-lhe a licença para testes de produção do novo formato tecnológico a partir de 2023, com o ano seguinte, 2024, possivelmente tendo as primeiras aplicações comerciais — provavelmente no iPhone que a Apple lançar naquele ano. A empresa de Cupertino já tem planos de usar chips da TSMC com litografia de 3 nm para a próxima geração do seu smartphone.

Leia também

Imagem mostra a bandeira de Taiwan ao fundo, com um iPhone à frente exibindo o logotipo da TSMC. Empresa anunciou litografia de 2 nanômetros para seus processadores a partir de 2023
Com licença, Intel: TSMC anunciou início da produção de chips com litografia de 2 nanômetros para 2023, antecipando a empresa americana em pelo menos dois anos. Imagem: Koshiro K/Shutterstock

O processo de miniaturização de chipsets é um bem complexo: basicamente, o objetivo é fazer com que os chips tenham o mesmo ou maior volume de transistores, em um tamanho cada vez menor. O processador A14 Bionic, do atual iPhone 12, por exemplo, conta com 11,8 bilhões de transistores em tamanho de 5 nm. Já no lado da Intel, a linha mais recente lançada pela empresa — a família Intel Core de 11.ª geração (codinome “Tiger Lake”) os transistores tem 10 nm.

Ontem (28), a Intel anunciou em evento que deveria chegar à linha de 2nm em meados de 2025 — embora ela tenha se recusado a usar essa nomenclatura, preferindo referir-se ao seu projeto como “Era Angstrom”. A empresa liderada por Pat Gelsinger desejava antecipar-se à concorrência, posicionando-se como pioneira de um novo formato de fabricação de processadores.

Não mais: com a TSMC inaugurando os testes da litografia de 2 nanômetros, ela toma a dianteira da gigante americana. Conforme trecho da reportagem do Nikkei Asia:

“O Comitê de Revisão Ambiental, um órgão ambiental de fins acadêmicos ligado ao governo [de Taiwan], aprovou o plano na última quarta-feira [28]. Isso abre caminho para que a TSMC inicie a construção da planta de fabricação no início de 2022, e comece a instalar o equipamento de produção em 2023, segundo fontes.

A fábrica de 2nm ficará localizada no distrito de Hsinchu’s Baoshan, com tamanho aproximado de 50 acres. Estima-se que ela use 98 toneladas de água por dia – algo próximo de 50% do consumo total de água da TSMC em 2020. A fabricante de chips prometeu o uso de 10% de água reutilizada até 2025 e ampliar isso para 100% até 2030”.

Nikkei Asia

Apesar do timing desfavorável para a Intel, a empresa americana deve seguir firme com seus planos, já que, no anúncio recente, a companhia assegurou clientes como Qualcomm e Amazon em seus planos para os próximos anos. Vale lembrar, porém, que a Qualcomm não tem exclusividade com a Intel, e continuará a ser cliente também da TSMC e da Samsung, outra líder de mercado no segmento de produção de chips.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital