A “zona morta” do Oceano Pacífico é real e está crescendo

Região marítima próxima ao Oregon, nos EUA, tornou-se hipóxica, ou seja, tem níveis muito reduzidos de oxigênio, matando animais aquáticos
Por Rafael Arbulu, editado por Layse Ventura 02/08/2021 15h44, atualizada em 04/08/2021 10h37
Imagem mostra uma baleia jubarte bebê, nadando próxima ao nível do mar
Imagem: Craig Lambert Photography/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O avanço do aquecimento global acabou por criar uma zona hipóxica — referida pelos cientistas como “zona morta” — de aproximadamente 100 metros de tamanho no Oceano Pacífico, segundo afirmam especialistas ouvidos pelo jornal americano Washington Post. Segundo eles, a situação é preocupante já que essa área deve crescer à medida que se aproxima a “temporada hipóxica” — ela própria, também uma consequência do mesmo aquecimento global.

Basicamente, uma zona hipóxica é registrada quando especialistas na vida oceânica identificam uma queda grande e brusca dos níveis de oxigênio da água. Isso faz com que a vida animal mais móvel fuja da área, ao passo que animais e organismos fixos ou de movimentação lenta morrem sufocados, tornando a região virtualmente inabitável.

Leia mais

Imagem mostra tartarugas marinhas nadando em meio a peixes no fundo do oceano. Especialistas afirmam que o aquecimento global está criando zonas mortas, que podem comprometer a vida marítica
Com o avanço do aquecimento global, animais marinhos estão sendo obrigados a fugir de zonas mortas, com baixo teor de oxigênio. Imagem: Shane Myers Photography/Shutterstock

“É o ‘cavaleiro do apocalipse’ do aquecimento global, só que no mar”, disse ao jornal o pesquisador da Universidade do Oregon, Francis Chan. “E isso se dá porque a água que recebemos tem menos oxigênio dissolvido hoje do que antigamente”.

Em outra entrevista concedida na última semana, Chan disse à ABC/KATU que esses eventos de alteração marítima estão ficando cada vez mais frequentes: “Nós conseguimos enxergar o centro de uma zona de baixo oxigênio, onde vimos estrelas-do-mar e anêmonas, caranguejos, todos sufocados e largados no chão oceânico”, disse o especialista. “Mais e mais, as evidências apontam para o aquecimento global como um fator de causa”.

A explicação para isso está na química básica: quanto mais quente for a água, menos oxigênio pode ser dissolvido nela. Agora leve este mesmo conceito para um cenário onde a temperatura da Terra não para de aumentar, a ponto de derreter — com frequência — enormes blocos das regiões polares.

Chan disse que ainda não é possível saber quais serão os efeitos de longo prazo do aquecimento global, mas afirma que ele criará uma zona morta atrás da outra — e todas crescendo em tamanho —, o que deve gerar um impacto nada favorável à vida marítima.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.