Estudo desenvolvido por pesquisadores da Unifesp e da UFRJ conseguiu, pela primeira vez, detectar a presença do coronavírus na retina, camada fina de tecido nervoso sensível à luz localizada no interior do olho. Os resultados da pesquisa apresentam capacidade de auxiliar no entendimento e enfrentamento das sequelas de pacientes que contraíram a Covid-19.
Conforme notifica a Agência Brasil, a investigação que se propôs a desvendar a infecção pelo coronavírus através da retina é inédita e está sendo conduzida por especialistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o auxílio de recursos da rede financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Segundo Rubens Belfort Jr, professor da UFRJ e um dos coordenadores do estudo, a retina é um biomarcador já conhecido para a identificação de algumas doenças. Em pesquisas anteriores, por exemplo, esse tecido ocular foi capaz de antecipar o diagnóstico de Parkinson. Isso acontece porque a retina indica alterações do sistema nervoso e está posicionada de forma mais acessível do que o cérebro, facilitando a análise de disfunções.
Tal prerrogativa, já verificada em outros estudos de natureza semelhante, foi o ponto de partida para os pesquisadores paulistas e cariocas. Eles, então, observaram sistematicamente as retinas de pacientes que morreram em decorrência da Covid-19 e compararam com fotos dos olhos dessas pessoas quando vivas para identificar as diferenças decorrentes da presença do vírus.
![Ilustração de variante do coronavírus com uma bandeira do Brasil ao fundo](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2021/03/shutterstock_1899165241_Easy-Resize.com_-1024x576.jpg)
O estudo ainda está em processo de finalização, mas já indica apontamentos importantes para ampliar a compreensão do coronavírus e de suas consequências. “Será que essa presença do vírus na retina se desenvolve devido a uma alteração imunológica ou existe outra relação?”, indaga Rubens Belfort Jr, exemplificando que tipo de questões ainda carecem de melhores explicações.
Nesse sentido, a existência de sinais visíveis do coronavírus no sistema nervoso, através da observação da retina, é apenas uma das descobertas da pesquisa e os cientistas afirmam que até a conclusão final, outras informações importantes devem surgir. Porém, de antemão, esse resultado já traz contribuições para o tratamento de sequelas de pessoas que contraíram a doença, especialmente aquelas relacionadas a alterações neurológicas.
Leia também!
- Com novo surto de Covid-19, China coloca Wuhan novamente em isolamento
- Sede das Olimpíadas, Japão sofre com lotação dos hospitais e passa a internar só casos mais graves de Covid-19
- Vacinas da Pfizer e da Moderna vão ficar mais caras para os países
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!